Diante dos últimos acontecimentos no obscuro processo de transferência de uma unidade para a outra, a saber: do Méier para o campus Millôr Fernandes, várias barbaridades são feitas pela Universidade Estácio de Sá. Relato alguns casos no texto abaixo (email enviado à Instituição hoje, dia 13 de agosto de 2008), que foi enviado para a gerente acadêmica do campus Méier, Ministério da Educação, seção de cartas de jornais como O dia, Jornal do Brasil, Extra, e colunistas como Gilberto Dimenstein, Fausto Wolff entre outros.
Torço para que o debate a respeito da qualidade de ensino das instituições privadas corra por aí....
Abraços indignados de alguém que ainda sonha com a Educação neste país.
Ricardo Riso
Este e-mail surge em razão da minha revolta com o atual processo de transferência de campus, entre as unidades Méier e Millôr Fernandes, demonstrando o descaso e o desrespeito com os alunos do curso de Letras/Noite, que atingiu o meu limite de tolerância ontem à noite – 12 de agosto de 2008. Os fatos deploráveis serão relatados a seguir.
Cheguei às 19h para a aula de Metodologia Científica com o Prof. Marcus Tadeu, que começaria às 19h40. Às 20h, eu e mais três colegas descemos à secretaria de cursos do 2º andar e fomos "informados" que a aula estava sendo dada no campus Millôr Fernandes. Ficamos sabendo que parte da turma havia sido avisada e outros, não. A mim, foi dito que ligaram para a minha casa (2577-3555, o telefone está correto no SIA) e não havia ninguém. O que é a mais descarada mentira! Moro com minha avó de oitenta anos e duas enfermeiras revezam-se 24 horas. Ontem, nem ela nem a enfermeira saíram de casa. A outra justificativa dada pela funcionária foi que ligaram para o meu celular (8639-1186, o celular está correto no SIA), mas dava a mensagem que o mesmo estava desligado. Outra mentira, pois meu celular permaneceu o dia inteiro ligado.
Duas questões que gostaria de saber: recebo e-mails, ou melhor dizendo spams, quase que diários da Universidade Estácio de Sá vendendo seus cursos e palestras de ilusão. Quando era uma informação relevante que me interessava diretamente, a Instituição se mostrou incapaz em me comunicar. Por que não fui informado por e-mail? Por que todas as vezes que acesso o SIA sou lembrado a manter os meus dados cadastrais atualizados? Será que eles só servem para cobranças financeiras? A segunda pergunta: por que não foi colocado o aviso da transferência de campus na porta da sala de aula? Era o mínimo que a Instituição poderia fazer, pois sabia que parte da turma não estava ciente da mudança de campus. Este tipo de aviso é utilizado quando há ausência de professor, ou seja, uma norma da Instituição. Creio que neste último exemplo, fica escancarado o desrespeito aos alunos.
Saí do Méier, peguei um ônibus sem saber para qual sala de aula eu iria. Outro absurdo! Ao chegar na secretaria do Millôr Fernandes, perguntei ao rapaz da Recepção qual seria a sala de Metodologia Científica para os alunos despejados (é assim que me sinto!) do campus Méier. Como desconhecia o ocorrido, dirigiu-se aos outros funcionários. A resposta dada: sala 302. Fui à sala, estava escura, sem nenhum aluno e professor. Por sorte, há um balcão de informações ao lado desta sala. Nervoso, e com razão, perguntei ao funcionário que ali se encontrava que me deu a informação correta, sala 303. Entrei às 20h30 para uma aula que se encerraria às 21h. Imagine a minha expressão de satisfação. Só para lembrar, estava na faculdade desde às 19h.
Outro detalhe a respeito desta aula. No Méier, a turma não deveria ter vinte alunos, no máximo 25, entre os cursos de Letras e Pedagogia. No novo campus, a sala estava lotada, algo entre 40 a 50 alunos de diversos cursos.
Para minha infelicidade, o drama não havia terminado, pois ainda teria aula de Educação Especial às 21h. A princípio, fomos informados que a aula seria no Millôr Fernandes, porém ficamos sabendo que a aula seria no campus Méier. Como não possuo a faculdade de me tele-transportar, peguei outro ônibus (ficarei com o prejuízo das passagens?) e mais um atraso para a aula seguinte. Chegada: 21h30.
Aproveito o ensejo, para outras pertinentes questões.
Hoje, quarta-feira, tenho aula de Filologia Portuguesa de 19h40 às 21h. A aula será no Méier ou no Millôr Fernandes? Na quinta-feira, aula de Português V. A aula será no Méier ou no Millôr Fernandes? Na sexta-feira, aula (?????) de Lingüística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa? A aula será no Méier ou no Millôr Fernandes? Na segunda-feira, aulas de Estágios I e III? Serão no Méier ou no Millôr Fernandes? Na terça que vem, já sei que Metodologia Científica será no Millôr Fernandes, mas e Educação Especial? Em qual campus será?
Outro absurdo ocorrido no decorrer do fatídico processo de transferência de campus, relaciona-se ao fechamento da biblioteca. Como pode uma universidade funcionar sem uma biblioteca? Embora já saiba, há tempos, que a Universidade Estácio de Sá é um simulacro, jamais imaginei que fosse vivenciar tal situação. E o pior: estou impossibilitado de realizar empréstimo de livros no Millôr Fernandes. Entretanto, em Metodologia Científica e em Português V, os professores indicaram dois livros para leitura que constam no acervo da nossa biblioteca, a saber, "Convite à filosofia" da Marilena Chauí e "Lições de português pela análise sintática", de Evanildo Bechara. Espero que este problema seja resolvido imediatamente.
As aulas iniciaram no dia 23 de julho, mas em Lingüística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa até o momento não tive aula. Estive presente nos dias 25/07, 01/08 e 08/08 e voltei para casa frustrado com a ausência de professor. Fato parecido ocorreu em Filologia Portuguesa. Também estive presente nos dias 23 e 30/07, mas não havia professor.
Além do prejuízo acadêmico (as aulas serão repostas?) e moral, há o prejuízo financeiro. Seria justo que a Universidade Estácio de Sá fizesse o reembolso das minhas passagens ida/volta dos dias 23, 25 e 30/07 e 01, 08 e 09/08 do corrente ano. Seria justo, também, que a Universidade Estácio de Sá fizesse o reembolso das aulas não ministradas até o momento, principalmente de Lingüística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa, que foi cobrada no meu boleto bancário. Caso contrário, procurarei os meus direitos na Justiça.
Entristece-me os rumos que a Universidade Estácio de Sá preferiu seguir e ser obrigado a fazer este e-mail. Sou uma pessoa que ainda acredita em sonhos, logo, não posso aceitar com passividade o descaso e desrespeito comigo e com os alunos, os professores, meus futuros colegas de profissão, e, principalmente, com a Educação.
Atenciosamente,
Ricardo Silva Ramos de Souza
Matrícula: 200102479431
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