quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Museu AfroBrasil e Cabo Verde: um encontro

Por Ricardo Riso

Na recente viagem a São Paulo, eu tinha programado duas visitas além do Seminário CONTRAVENTO, PEDRA-A-PEDRA na USP: a primeira à 28ª Bienal de Artes, em seguida, ao Museu AfroBrasil, ambos no Parque do Ibirapuera.

Quando conheci o artista plástico cabo-verdiano Mito no primeiro dia do Seminário, logo fiz esse convite que foi aceito imediatamente. Estendi-o às profas. Norma Lima e Sonia Santos que também se mostraram animadas com o passeio.

Na sexta-feira, a Profa. Sonia Santos conseguiu fechar um pequeno grupo de cabo-verdianos: o poeta Filinto Elísio, a documentarista Margarida Fontes, Mito, o jornalista Alveno Figueiredo e Silva e o Prof. Moacyr Rodrigues, incentivando-os com a ida ao Museu AfroBrasil, que estava fora da programação do seminário. Além deles, a Profa. Norma e a Graça, graduanda da USP.

Da esquerda para a direita: Filinto Elísio, Margarida Fontes, Mito e Emanoel Araújo

Após a passagem pela Bienal, chegamos ao Museu. Lá, a Profa. Sonia começou a costurar a possibilidade de uma entrevista com o artista plástica e curador da Instituição, o sr. Emanoel Araújo. Enquanto isso, íamos conhecendo a bela estrutura do local que conta minuciosamente a história do negro brasileiro com riqueza de imagens e obras em diversas linguagens. Tudo com o devido cuidado e dentro dos padrões de uma instituição de alto nível.

Para nossa felicidade, os esforços da Profa. Sonia alcançaram o objetivo e fomos atendidos pelo sr. Emanoel Araújo que nos recebeu com muita atenção e satisfação por estar com um grupo de artistas e pesquisadores cabo-verdianos.

Chegando à biblioteca, Profa. Dra. Norma Lima e Profa. Dra. Sonia Santos.

Após as apresentações, Filinto Elísio assumiu a função de porta-voz do grupo e destacou a importância em se estreitar os laços entre Cabo Verde e o Museu AfroBrasil. Já Emanoel Araújo expôs a vontade de concretizar essa aproximação e comentou sobre as dificuldades em manter um espaço dedicado à temática afro-descendente.

Emanoel Araújo e a nossa delegação

Encerrada a reunião, Araújo conduziu-nos pelo Museu passando preciosas informações acerca do acervo e levou-nos à ampla biblioteca. Para terminar nosso dia, brindou cada um de nós com o belo catálogo da Instituição.

Emanoel Araújo autografando o meu catálogo.

Foi uma tarde agradável que coroou o trabalho de bastidores da Profa. Sonia Santos para que os nossos companheiros cabo-verdianos fossem atendidos por Emanoel Araújo, sendo um passo inicial para que Cabo Verde e o Museu AfroBrasil estreitem as relações. Eu fiquei feliz por participar desse momento, por conhecer a grandiosidade do Museu e ter noção da necessidade de um espaço tão belo e tão bem cuidado, dedicado à cultura do negro brasileiro e, principalmente, um espaço para termos maior amplitude da formação identitária brasileira. O Museu AfroBrasil presta um excelente serviço por apresentar um olhar excluído pela história oficial.

Quando estiver em São Paulo, não deixe de visitar o Museu AfroBrasil e descubra o excepcional trabalho ali realizado, levando-o a conhecer a história do negro brasileiro, por conseqüência, a nossa história.


MUSEU AFROBRASIL
Rua Pedro Álvares Cabral, s/nº
Pavilhão Manoel da Nóbrega
Parque do Ibirapuera, portão 10
04094-050 - São Paulo, SP
Outros telefones: 5579-8542 / 5579-7716 / 5579-6399

http://www.museuafrobrasil.com.br
E-MAIL: agendamento@museuafrobrasil.com.br

O Museu funciona todos os dias, exceto às 2ªs feiras
Horário de atendimento: das 10h às 17h

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