Por Ricardo Riso
Manuel Rui Monteiro, ou Manuel Rui, é um escritor multifacetado, pois passeia por diversos gêneros literários como o conto, a poesia, a novela, o romance, além de escrever ensaios, músicas populares, cabe aqui ressaltar a intensa amizade com o compositor brasileiro Martinho da Vila, além de ter participado da luta de libertação contra o jugo colonial português e ser o autor do hino nacional de Angola. Só esta última citação já nos dá ideia da importância deste escritor para o seu país.
Lançado originalmente no livro Sim camarada! (Luanda: UEA, 1977), o conto Cinco dias depois da independência foi publicado em formato de bolso na série 2K da União dos Escritores Angolanos, em 1979, e será o objeto analisado neste texto.
Publicado próximo à independência de Angola, conquistada em 1975, Cinco dias depois da independência focaliza sua ação no comportamento das crianças durante o longo conflito contra as forças colonizadoras. As crianças, ou melhor, os pioneiros, como eram conhecidos pelos militantes do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), formavam “uma frente paralela, insubmissa e dispersa, (...) regida por leis que escapam à compreensão imediata dos adultos (...), contra o invasor das suas ruas, contra o estrangeiro que se atrevera a calcar o sonho de liberdade novinho em folha (...)” (contracapa do livro).
Influenciados e encantados com a maciça propaganda e os lemas – O Éme-Pé-Lá é o povo, o povo é o Éme-Pé-Lá (p. 20) –, esses pioneiros vivenciam intensamente os acontecimentos da guerra e participam de maneira limitada, de pequenas ações contra o inimigo, que aliam coragem e astúcia, sendo exaltadas pela população assim como pelos combatentes das Faplas, o braço armado do MPLA. Os pioneiros representam a utopia, a confiança nos ideais da revolução – A vitória é certa! –, repetem todo momento.
Entretanto, o cotidiano da guerra caótico somado aos parcos recursos das forças angolanas demonstra que nem sempre a presença dos pioneiros representa ajuda, como na chegada de graves feridos a um hospital que não tinha condições de atendimento: “Mas para quê que trazem camaradas mortos e camaradas que necessitam de intervenção cirúrgica? (...) Estou farto de dizer, nestas condições não podemos ir além de primeiros-socorros e pequena cirurgia” (p. 16). Em situações assim, os pioneiros para nada serviam e deveriam sair dali, causando desapontamento ao líder do pequeno esquadrão:
Comandante Kwenha cabisbaixo. Como um general de maiores condecorações a quem, injustamente e em público, desprezaram as estrelas de comando. Mas as condecorações, essas, permaneciam bem dentro do peito.
Pela primeira vez o grupo era desautorizado ali. Na delegação do MPLA. E pelo simples fato de nomadizarem chamavam-lhes vadios. Eles que tinham cinco bases. Presentes, sem uma baixa, em quase todas as confusões. Eles que recuperaram duas armas à fnla entregando-as à primeira patrulha de Fapla que passou. Aquele esquadrão! Que, ainda sem nome, assistiu e ajudou no desalojamento dos chipendas. (p. 22)
Em sua inocência, os pioneiros compreendiam os símbolos da luta de libertação, fitavam as propagandas encontradas no caminho, e admirados prestavam homenagens mesmo não sabendo ler:
Em frente ao dip, mudaram de passeio para aproveitarem ver o jornal da parede, parando deslumbrados nos recortes onde vinha a fotografia do camarada Presidente e pioneiros a marchar com espingardinhas de fisga e bala. Um ritual. Mesmo que as colagens não fossem substituídas durante dias, eles repetiam a contemplação que já fazia parte das regras do grupo. Entendiam pelas fotografias. Ninguém sabia ler no pelotão. (p. 23)
Com as vidas entremeadas ao dia-a-dia da guerra, os pioneiros sabiam identificar as armas das Faplas e dos inimigos pelos sons que emitiam: “Eles não falhavam nos sons. Distinguiam bazuka, metralhadora anti-aérea ou canhão” (p. 29), ou como transcreve o narrador amargurado: “O tempo tinha posto assim as crianças nessa precocidade de aceitar a guerra como uma brincadeira séria a salvar a vida” (p. 31).
Acostumados à brutalidade de tempos de conflito, ao convívio constante com a morte, à insensibilidade dominante os pioneiros ficavam ávidos para agir próximos às zonas de combate:
Essa passagem ilustra as fissuras que viriam a dilacerar o país, desencadeando uma longa e tenebrosa guerra civil.
Como bem observou a Profa. Dra. Tania Macêdo, a descrição do amanhecer durante o primeiro dia de Angola independente com a rajada de balas dada por um guerrilheiro saudando os novos tempos, demonstra as dificuldades que deveriam ser encaradas pelo país, como a continuação da guerra que perdurou até esta década (MACÊDO, 2007, p. 366-367):
E a noite, fustigada pelo tiroteio de glória, estendia já seus braços de fadiga nos contornos da aurora. Estrelas que fugiam para seu repouso diurno. Ruídos matinais desabrochavam do corpo das plantas. Flores, tocadas pelo sabido vento de tantos heróis, desprendiam o orvalho fresco e doce na boca da terra. Então, quando o sol se levantou do mar antigo e ultrajado dantes, desprendendo sua solta cabeleira de luz e força, Carlota ficou que instante a contemplá-lo. Era o primeiro sol em liberdade.
– Já nasceu o sol. Primeiro dia depois da independência! Parece um soldado camarada.
O guerrilheiro ergueu-se num salto, deu dois passos em frente, apontou a espingarda nos esconderijos da lua e de rajada limpou o carregador.
– Sim camarada. – Disse depois de assoprar o fumo do cano.
E nas narinas de Carlota, o cheiro de pólvora entrava parecia um perfume. (p. 94)
A tragicidade da guerra após percorrer todo o texto, faz sua última vítima ao final da história, mostrando a sua faceta mais cruel e onipresente em um tempo de horror: o pequeno e audaz pioneiro é morto pelas tropas inimigas. Esse acontecimento mostra com clareza o que se poderia esperar dos novos duros e difíceis tempos para esses jovens pioneiros (MACÊDO, 2007, p. 367), as incertezas que encarariam na reconstrução de um país sofrendo com os recursos escassos, as pressões de países como a África do Sul e os EUA que alimentavam a Unita, guerrilha contrária ao MPLA. Por conseguinte, a guerra civil que devastou a nação, ceifando milhares de vidas, muito contribuiu para destroçar os sonhos de uma geração que tanto acreditou na vitória e nas conquistas da revolução.
Cinco dias depois da independência é uma bela e comovente história das raízes primeiras da nação angolana, da participação determinada desses pequenos anôminos que atendiam pela alcunha de pioneiros, pois, como afirma o narrador, "dois ou três anos antes, as pessoas perguntavam-se sempre os nomes. Agora tudo mudara. Bastava pioneiro." (p. 58) Infelizmente, a História foi cruel com os caminhos trilhados pelo país nos anos seguintes dilacerando a utopia revolucionária.
Bibliografia:
RUI, Manuel. Cinco dias depois da independência. Luanda: União dos Escritores Angolanos, 1979. Coleção 2K.
MACÊDO, Tania. Monandengues, pioneiros e catorzinhas: crianças de Angola. CHAVES, Rita, MACÊDO, Tania, VECCHIA, Regina (orgs.). A kinda e a missanga – encontros brasileiros com a literatura angolana. São Paulo: Cultura Acadêmica; Luanda: Angola, Nizla, 2007. p. 357-374
Manuel Rui Monteiro, ou Manuel Rui, é um escritor multifacetado, pois passeia por diversos gêneros literários como o conto, a poesia, a novela, o romance, além de escrever ensaios, músicas populares, cabe aqui ressaltar a intensa amizade com o compositor brasileiro Martinho da Vila, além de ter participado da luta de libertação contra o jugo colonial português e ser o autor do hino nacional de Angola. Só esta última citação já nos dá ideia da importância deste escritor para o seu país.
Lançado originalmente no livro Sim camarada! (Luanda: UEA, 1977), o conto Cinco dias depois da independência foi publicado em formato de bolso na série 2K da União dos Escritores Angolanos, em 1979, e será o objeto analisado neste texto.
Publicado próximo à independência de Angola, conquistada em 1975, Cinco dias depois da independência focaliza sua ação no comportamento das crianças durante o longo conflito contra as forças colonizadoras. As crianças, ou melhor, os pioneiros, como eram conhecidos pelos militantes do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), formavam “uma frente paralela, insubmissa e dispersa, (...) regida por leis que escapam à compreensão imediata dos adultos (...), contra o invasor das suas ruas, contra o estrangeiro que se atrevera a calcar o sonho de liberdade novinho em folha (...)” (contracapa do livro).
Influenciados e encantados com a maciça propaganda e os lemas – O Éme-Pé-Lá é o povo, o povo é o Éme-Pé-Lá (p. 20) –, esses pioneiros vivenciam intensamente os acontecimentos da guerra e participam de maneira limitada, de pequenas ações contra o inimigo, que aliam coragem e astúcia, sendo exaltadas pela população assim como pelos combatentes das Faplas, o braço armado do MPLA. Os pioneiros representam a utopia, a confiança nos ideais da revolução – A vitória é certa! –, repetem todo momento.
Entretanto, o cotidiano da guerra caótico somado aos parcos recursos das forças angolanas demonstra que nem sempre a presença dos pioneiros representa ajuda, como na chegada de graves feridos a um hospital que não tinha condições de atendimento: “Mas para quê que trazem camaradas mortos e camaradas que necessitam de intervenção cirúrgica? (...) Estou farto de dizer, nestas condições não podemos ir além de primeiros-socorros e pequena cirurgia” (p. 16). Em situações assim, os pioneiros para nada serviam e deveriam sair dali, causando desapontamento ao líder do pequeno esquadrão:
Comandante Kwenha cabisbaixo. Como um general de maiores condecorações a quem, injustamente e em público, desprezaram as estrelas de comando. Mas as condecorações, essas, permaneciam bem dentro do peito.
Pela primeira vez o grupo era desautorizado ali. Na delegação do MPLA. E pelo simples fato de nomadizarem chamavam-lhes vadios. Eles que tinham cinco bases. Presentes, sem uma baixa, em quase todas as confusões. Eles que recuperaram duas armas à fnla entregando-as à primeira patrulha de Fapla que passou. Aquele esquadrão! Que, ainda sem nome, assistiu e ajudou no desalojamento dos chipendas. (p. 22)
Em sua inocência, os pioneiros compreendiam os símbolos da luta de libertação, fitavam as propagandas encontradas no caminho, e admirados prestavam homenagens mesmo não sabendo ler:
Em frente ao dip, mudaram de passeio para aproveitarem ver o jornal da parede, parando deslumbrados nos recortes onde vinha a fotografia do camarada Presidente e pioneiros a marchar com espingardinhas de fisga e bala. Um ritual. Mesmo que as colagens não fossem substituídas durante dias, eles repetiam a contemplação que já fazia parte das regras do grupo. Entendiam pelas fotografias. Ninguém sabia ler no pelotão. (p. 23)
Com as vidas entremeadas ao dia-a-dia da guerra, os pioneiros sabiam identificar as armas das Faplas e dos inimigos pelos sons que emitiam: “Eles não falhavam nos sons. Distinguiam bazuka, metralhadora anti-aérea ou canhão” (p. 29), ou como transcreve o narrador amargurado: “O tempo tinha posto assim as crianças nessa precocidade de aceitar a guerra como uma brincadeira séria a salvar a vida” (p. 31).
Acostumados à brutalidade de tempos de conflito, ao convívio constante com a morte, à insensibilidade dominante os pioneiros ficavam ávidos para agir próximos às zonas de combate:
“A rua estava deserta. Os pioneiros apenas. Naquela progressão de corpo vergado procurando a proteção das paredes e muros dos quintais. Para eles a direção só podia ser uma: o sítio de onde vinha o tiroteio” (p. 35).
Um diálogo travado entre uma jovem grávida e um pioneiro, escondidos em tubo de esgoto, traduz o espírito de luta que guiava esses destemidos pequenos combatentes:
– E essa arma mata o quê?
– Tudo – respondeu o miúdo segurando a arma com as duas mãos – lacaios do imperialismo.
– E se for blindado?
– Entro nele e estoiro o maquinista. Blindado sem homem não anda. Um camarada falou num comício o homem é que faz andar a máquina.
– E se for barco?
– Qual barco?
– De guerra?
– Aqui não estamos no mar mas o meu esquadrão completo afunda.
– Mas já afundaram?
– Não. Porque o inimigo não vem no mar. Ainda, os pescadores organizados tudo ÉME. Se vierem vamos afundar.
– E se for avião?
– Abato. Deixa só ele voar baixo, também um camarada me contou ele abateu licóptero na primeira. (...)
– E se eles param aí perto?
– Aqui não tem perigo. Isto é zona libertada. Base número cinco do esquadrão Kwenha. (...)
A salientar não só a confiança como também a responsabilidade e a argúcia necessária à situação. (...) Ganhava confiança nas afirmações do miúdo, lembrando-se, por instantes, de todas as histórias de heroísmo que ouvira sobre pioneiros. (...) Pensou na hipótese de conseguir sair sã e salva e sentiu um singular orgulho por se encontrar ali com um pioneiro, naquela situação de perigo e guerra. (p. 47-52)
Um diálogo travado entre uma jovem grávida e um pioneiro, escondidos em tubo de esgoto, traduz o espírito de luta que guiava esses destemidos pequenos combatentes:
– E essa arma mata o quê?
– Tudo – respondeu o miúdo segurando a arma com as duas mãos – lacaios do imperialismo.
– E se for blindado?
– Entro nele e estoiro o maquinista. Blindado sem homem não anda. Um camarada falou num comício o homem é que faz andar a máquina.
– E se for barco?
– Qual barco?
– De guerra?
– Aqui não estamos no mar mas o meu esquadrão completo afunda.
– Mas já afundaram?
– Não. Porque o inimigo não vem no mar. Ainda, os pescadores organizados tudo ÉME. Se vierem vamos afundar.
– E se for avião?
– Abato. Deixa só ele voar baixo, também um camarada me contou ele abateu licóptero na primeira. (...)
– E se eles param aí perto?
– Aqui não tem perigo. Isto é zona libertada. Base número cinco do esquadrão Kwenha. (...)
A salientar não só a confiança como também a responsabilidade e a argúcia necessária à situação. (...) Ganhava confiança nas afirmações do miúdo, lembrando-se, por instantes, de todas as histórias de heroísmo que ouvira sobre pioneiros. (...) Pensou na hipótese de conseguir sair sã e salva e sentiu um singular orgulho por se encontrar ali com um pioneiro, naquela situação de perigo e guerra. (p. 47-52)
Apreende-se que o tubo de esgoto é uma metáfora do útero, da gestação e do nascimento da nação, pois quando a dupla consegue sair dali é praticamente o momento em que a vitória pela independência se consolida.
A frieza do corajoso pioneiro assusta-nos, mas trata-se de um ambiente de radicalização diante de uma situação colonial insuportável e agonizante. A postura desses pioneiros retrata o meio violento que os gerou, ou seja, as crianças são consequência de uma época crucial para a futura nação angolana, são sujeitos da história na guerra de libertação de um país que estava nascendo. Nesse sentido, o texto de Manuel Rui é de importância extrema ao captar o momento da utopia fortalecida e de como as crianças lidavam com esses acontecimentos, com a chegada da independência. “A vitória é certa! A luta continua”, o lema repetido diversas vezes no decorrer do texto concretizou-se.
A frieza do corajoso pioneiro assusta-nos, mas trata-se de um ambiente de radicalização diante de uma situação colonial insuportável e agonizante. A postura desses pioneiros retrata o meio violento que os gerou, ou seja, as crianças são consequência de uma época crucial para a futura nação angolana, são sujeitos da história na guerra de libertação de um país que estava nascendo. Nesse sentido, o texto de Manuel Rui é de importância extrema ao captar o momento da utopia fortalecida e de como as crianças lidavam com esses acontecimentos, com a chegada da independência. “A vitória é certa! A luta continua”, o lema repetido diversas vezes no decorrer do texto concretizou-se.
Por outro lado, Cinco dias depois da independência chama-nos atenção para o foco de mudança da luta, que não passa mais a ser apenas contra o colonizador português, mas entre os angolanos que não se submetem à ideologia do MPLA. Novamente o pioneiro, com sua sabedoria e experiência, no conflito armado aponta para a dissidência do povo angolano ao identificar os sons das armas:
É deles
é nosso
é nosso
é nosso
é deles (p. 66)
Essa passagem ilustra as fissuras que viriam a dilacerar o país, desencadeando uma longa e tenebrosa guerra civil.
Como bem observou a Profa. Dra. Tania Macêdo, a descrição do amanhecer durante o primeiro dia de Angola independente com a rajada de balas dada por um guerrilheiro saudando os novos tempos, demonstra as dificuldades que deveriam ser encaradas pelo país, como a continuação da guerra que perdurou até esta década (MACÊDO, 2007, p. 366-367):
E a noite, fustigada pelo tiroteio de glória, estendia já seus braços de fadiga nos contornos da aurora. Estrelas que fugiam para seu repouso diurno. Ruídos matinais desabrochavam do corpo das plantas. Flores, tocadas pelo sabido vento de tantos heróis, desprendiam o orvalho fresco e doce na boca da terra. Então, quando o sol se levantou do mar antigo e ultrajado dantes, desprendendo sua solta cabeleira de luz e força, Carlota ficou que instante a contemplá-lo. Era o primeiro sol em liberdade.
– Já nasceu o sol. Primeiro dia depois da independência! Parece um soldado camarada.
O guerrilheiro ergueu-se num salto, deu dois passos em frente, apontou a espingarda nos esconderijos da lua e de rajada limpou o carregador.
– Sim camarada. – Disse depois de assoprar o fumo do cano.
E nas narinas de Carlota, o cheiro de pólvora entrava parecia um perfume. (p. 94)
A tragicidade da guerra após percorrer todo o texto, faz sua última vítima ao final da história, mostrando a sua faceta mais cruel e onipresente em um tempo de horror: o pequeno e audaz pioneiro é morto pelas tropas inimigas. Esse acontecimento mostra com clareza o que se poderia esperar dos novos duros e difíceis tempos para esses jovens pioneiros (MACÊDO, 2007, p. 367), as incertezas que encarariam na reconstrução de um país sofrendo com os recursos escassos, as pressões de países como a África do Sul e os EUA que alimentavam a Unita, guerrilha contrária ao MPLA. Por conseguinte, a guerra civil que devastou a nação, ceifando milhares de vidas, muito contribuiu para destroçar os sonhos de uma geração que tanto acreditou na vitória e nas conquistas da revolução.
Cinco dias depois da independência é uma bela e comovente história das raízes primeiras da nação angolana, da participação determinada desses pequenos anôminos que atendiam pela alcunha de pioneiros, pois, como afirma o narrador, "dois ou três anos antes, as pessoas perguntavam-se sempre os nomes. Agora tudo mudara. Bastava pioneiro." (p. 58) Infelizmente, a História foi cruel com os caminhos trilhados pelo país nos anos seguintes dilacerando a utopia revolucionária.
Bibliografia:
RUI, Manuel. Cinco dias depois da independência. Luanda: União dos Escritores Angolanos, 1979. Coleção 2K.
MACÊDO, Tania. Monandengues, pioneiros e catorzinhas: crianças de Angola. CHAVES, Rita, MACÊDO, Tania, VECCHIA, Regina (orgs.). A kinda e a missanga – encontros brasileiros com a literatura angolana. São Paulo: Cultura Acadêmica; Luanda: Angola, Nizla, 2007. p. 357-374
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ResponderExcluirOlá, João! Tudo bem?
ResponderExcluirVisitarei seu blog assim que puder.
Valeu a visita! Faremos contato.
Abraços,
Ricardo Riso
Olá, Ricardo!
ResponderExcluirQue beleza de trabalho! Ando, modestamente, por estas plagas da Literatura Africana em Língua Portuguesa. Seu blog já está me ajudando muito...De vez em quando virei aqui para buscar mais referências de onde e como conseguir estas obras tão magníficas.
Olá, Elaine! Que bom, és mais uma combatente das Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. Obrigado pela visita e pelo elogio. Apareça sempre e quando quiser, faça contato por e-mail.
ResponderExcluirAbraços,
Ricardo Riso