Um espaço dedicado à literatura negro-brasileira, às literaturas africanas de língua portuguesa e demais literaturas negro-diaspóricas
quarta-feira, 29 de julho de 2009
II Curso de Extensão - Iniciativas Negras, Trocando Experiências (campus Cariri/UFC)
JUAZEIRO DO NORTE, CRATO e BARBALHA – CE
II CURSO DE EXTENSÃO - INICIATIVAS NEGRAS, TROCANDO EXPERIÊNCIAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - CAMPUS CARIRI
OBJETIVOS: propiciar uma maior aproximação entre pesquisadores, acadêmicos e ativistas dos movimentos sociais negros em âmbito nacional, estimulando uma troca de saberes.
BOLSISTAS: serão selecionados até 30 participantes residentes no território nacional e fora das cidades de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha.
INSCRIÇÕES PARA BOLSISTAS: ATÉ 10 /08 / 09
RESULTADO: 01/09/2009
MEHORES INFORMAÇÕES:
http://nblac.cariri.ufc.br
II CURSO DE EXTENSÃO
Iniciativas Negras - Trocando Experiências
FORMATO
Mini-cursos, painéis, oficinas, grupos de estudos, mesas redondas, vídeos e turismo cultural.
ALGUNS TEMAS QUE SERÃO ABORDADOS:
Direitos humanos - Gênero – Saúde - Redação de projetos - Captação de recursos - Ação Afirmativa – História e cultura Afro-Brasileira – Arquivo documental
Serão selecionados trinta participantes, incluídos nas seguintes categorias e de acordo com os critérios relacionados:
a) 10 bolsas integrais – Apenas para residentes do Norte ou Nordeste. Receberão passagem (aérea ou terrestre), hospedagem e alimentação.
b) 5 bolsas gerais- Para residentes em qualquer ponto do país. Receberão passagem (aérea ou terrestre), hospedagem e alimentação.
c) 15 bolsas parciais – Para residentes em qualquer ponto do país. Receberão hospedagem, alimentação e ajuda de custo no valor de R$ 100,00. Devem responsabilizar- se por suas passagens (aéreas ou terrestres) de ida e volta.
Cada candidato optará, no ato da inscrição, por uma das categorias e não poderá mudá-la, uma vez enviada a documentação. O processo de inscrição se dará via correios.
A DOCUMENTAÇÃO A SER ENVIADA até o dia 10 de agosto de 2009 (com data de postagem):
1- Um resumo (máximo de 400 palavras) com suas principais atividades acadêmicas e ou ativistas, na área do curso, incluindo o nome da organização ou universidade com a qual possui vínculo;
2- Curriculum vitae (Lattes ou não);
3- Uma carta de recomendação (com assinatura escaneada);
4- Uma lauda expressando suas expectativas quanto ao curso e definindo a categoria à qual está concorrendo (bolsista integral, geral ou parcial);
5- Uma síntese (uma lauda, no máximo) de alguma ação ativista ou trabalho acadêmico que tenha desenvolvido ou esteja desenvolvendo na área das relações raciais e ou de gênero.
Os candidatos à bolsa deverão enviar a documentação, num CD, em arquivo Word (.doc) para o seguinte endereço:
Universidade Federal do Ceará/ Campus Cariri
Av. Tenente Raimundo Rocha S/N - Cidade Universitária - Juazeiro do Norte - CE
CEP 63000-000 - Fone: +55 (88) 3572-7200
A/C de : Antonia Claudia de Freitas
Ou
Polliana de Luna Nunes
Obs.: Não serão aceitos documentos em papel, apenas no referido CD.
MELHORES INFORMAÇÕES:
http://nblac.cariri.ufc.br
PATROCÍNIO: FORD FOUNDATION
APOIO:
ACTIONAID
UNIFEM
COISAS DE MULHER
INSTITUTO AÇÃO AFRO
REALIZAÇÃO: UFC – CARIRI
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA
Fonte: e-mail gentilmente enviado no dia 27/07/2009 por Profa. Ariluci Góes, Coordenadora do Curso de Biblioteconomia - Campus da UFC no Cariri, Juazeiro do Norte - CE
Virlana Tkacz (Yara Arts Group/New York) - workshop em Maputo/MZ
Virlana Tkacz (http://pt.wikipedia.org/wiki/Virlana_Tkacz)
Grupo artístico “ Yara Arts Group” (http://en.wikipedia.org/wiki/Yara_Arts_Group)
Fonte: contribuição por e-mail de Dmytro Yatsyuk, em 24/07/2009.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Filinto Elísio - Li Cores & Ad Vinhos (Ricardo Riso escreve orelha do livro)
A seguir estão as fotos (tiradas por Yana Campos) do meu primeiro texto em orelha de livro. Trata-se do LI CORES & AD VINHOS do cabo-verdiano Filinto Elísio, publicado em abril/2009 pela editora portuguesa Letras Várias. O livro chegou até as minhas mãos pela generosidade da Profa. Simone Caputo Gomes (USP), que também me presenteou com o seu CABO VERDE: LITERATURA EM CHÃO DE CULTURA, lançado pelo Ateliê Editorial.
O trecho publicado no recente livro de Filinto Elísio é uma resenha do livro Das Frutas Serenadas e está, na íntegra, no endereço abaixo:
http://ricardoriso.blogspot.com/2009/01/filinto-elisio-percorrendo-o-incendio.html
Agradecimentos especiais aos amigos Filinto Elísio e Fernando Elias (Mito), às Professoras que tanto me ajudam e ajudaram: Norma Lima (UNESA), Simone Caputo Gomes (USP), Carmen Lúcia Tindó Secco (UFRJ) e Maria Teresa Salgado (UFRJ), e a todos os meus amigos e familiares que sempre me incentivaram.
Abraços,
Ricardo Riso
FESTLIP - alguns momentos
Com Yana Campos e Graça Silva, a Dona Luarmina da peça "Mar me quer" da Cia. Tijac (Moçambique - Ilhas Reunião)
Denise Guerra e Ricardo Riso na festa do FESTLIP, Estrela da Lapa/RJ
quarta-feira, 15 de julho de 2009
FESTLIP – No Inferno (GTCCPM – Cabo Verde)
O que podemos esperar de uma peça teatral? Que ela tenha um elenco afinado e competente, uma direção segura, iluminação e música em sintonia com os fatos narrados, um figurino coerente com o tema, dentre outros fatores. O que acontece quando se encerra um espetáculo e encontramos o que foi supracitado e ainda nos deparamos com outras agradáveis surpresas, superando nossa expectativa? Só nos resta aplaudir, de pé, é claro, com o sorriso de satisfação escancarado e cumprimentar os integrantes da companhia teatral nos camarins. Tudo o que foi relatado até aqui é exatamente o que sentimos ao término da peça “No Inferno”, texto do cabo-verdiano Arménio Vieira e encenada pelo Grupo de Teatro do Centro Cultural Português – Mindelo/Cabo Verde (http://gtccpm.blogspot.com/), no FESTLIP 2009.
Com direção do competentíssimo João Branco, o GTCCPM foi criado no ano de 1993 e já encenou quarenta e três peças, mostrando um fôlego impressionante. O GTCCPM é hoje referência teatral em Cabo Verde e já levou para os palcos textos dos compatriotas Eugénio Tavares, Germano Almeida e Mário Lúcio Sousa, adaptou peças para o crioulo de clássicos da dramaturgia como Shakespeare, Garcia-Lorca e Samuel Beckett, além de encenar textos de autoria própria. O grupo ainda dá continuidade a sua vocação para a formação de novos atores para o teatro cabo-verdiano.
Para a apresentação no FESTLIP, o grupo encenou um texto complexo e difícil, que se refere a vários escritores tais como James Joyce, Cervantes, Shakespeare, Jorge Luís Borges, Dostoievski dentre outros cânones da literatura ocidental. A peça trata de um escritor que é trancafiado em um castelo. Sem memória, ele não sabe como ali chegou até que um telefone toca e várias regras são passadas em um discurso polifônico em que é apresentado a ele que deverá escrever um romance para conseguir sua liberdade, entretanto, somente conseguirá atingir o objetivo se um “júri” competente considerar sua criação uma obra-prima. Para tanto, ele terá uma vasta biblioteca para consulta – pois as vozes ao telefone acusam-no de ter pouca leitura, ou, se preferir, tentar decifrar inúmeros códigos que levariam anos e anos para ter sucesso.
foto retirada de http://gtccpm.blogspot.com/
Angustiado, o escritor parte para a criação de seu romance, mas, logo depara-se com o drama da folha em branco, da ausência de criação. O que escrever diante de tantas obras já feitas? Ele recorre à biblioteca sem sucesso, pois, contrariando o que havia sido dito pela voz ao telefone, é possuidor de uma imensa cultura literária, conhecedor de todos os clássicos da literatura. O tempo passa, seu desespero aumenta, sem contato com o mundo exterior fechado em si próprio. Fantasmas aparecem e o atormentam, revelando o inferno da criação. O branco do papel, o vazio da criação em contraste com toda a erudição que possui e com tudo já foi escrito; pólos extremos que configuram a própria morte do romance, o seu fim como gênero literário, daí ser infestado de metalinguagem, inclusive teatrais na adaptação.
“No inferno” fala do interminável momento de caos do escritor, da atemporalidade do bloqueio criativo, da solidão a que isso reporta, que remete o escritor a ser uma ilha, isolado em um mundo de tantas possibilidades às quais não consegue atingir.
Com um elenco impecável e afinadíssimo que explora muito bem a ironia característica de Vieira, composto por Arlindo Rocha, Elísio Leite, Fonseca Soares e pelo bárbaro Manuel Estevão, destacando o seu impressionante trabalho de voz; a música tensa e correta de Caplan Neves; iluminação de Edson Fortes, figurinos de Elisabete Gonçalves e cenografia e direção a cargo de João Branco, o GTCCPM presta uma justa e bela homenagem a Arménio Vieira ao realizar esta adaptação de “No Inferno”. Peça que deveria merecer uma temporada no Rio de Janeiro.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
FESTLIP – Nó Mama Frutos da Mesma Árvore (GTO de Guiné-Bissau)
Em pé, primeiro à direita, César "Griot"; terceira à direita, Denise Guerra; quarta à direita, Profa. Dra. Conceição Evaristo, autora do livro Ponciá Venâncio; primeiro à esquerda, agachado, Ricardo Riso entre Grupo Teatro do Oprimido de Bissau e guineenses
Para quem ainda não conhece, o Teatro do Oprimido foi criado pelo brasileiro Augusto Boal e propõe um teatro que atravessa os limites do palco, vai às ruas ou em qualquer outro lugar, com conscientização social, ação política e participação intensa do público. Ou seja, um teatro que aborda questões excluídas pela grande mídia, um teatro que dá voz às camadas populares sendo fundamental para países periféricos e suas latentes desigualdades sociais.
O GTO iniciou suas atividades em 2004 na cidade de Bissau. O grupo organiza oficinas teatrais com jovens e em escolas, e já realizou dezenas de espetáculos pelo seu país. Atua em diversas áreas como saúde, educação, justiça; apresenta temas como violência doméstica, problemas ambientais entre outros, seguindo à risca as premissas do Teatro do Oprimido, prestando um belo trabalho social, naturalmente.
O espetáculo “ Nó Mama Frutos da Mesma Árvore” é composto por um mais-velho (o avô), as suas duas filhas, os dois netos – um de cada filha, e um narrador que também é músico e o articulador entre a ação teatral e o público. A peça apresenta uma festa tradicional de confraternização entre duas famílias, Silá e Prela, comandada pelo mais-velho, diante de uma árvore sagrada (o baobá?).
Logo começam os cantos iniciais e as duas filhas mais velhas iniciam a dança, durante este ato já percebemos que a filha mais nova não cumpre corretamente os seus passos. O avô conduz a cerimônia seguindo os rituais de seus antepassados e chama-as para que se banhem na água sagrada, e é neste momento que a filha mais nova molha-se à frente de sua irmã. Ao quebrar a tradição, todos ficam desconcertados, principalmente o avô que jamais havia presenciado uma cena como esta e nem sabia de algo tão grave assim entre seus antepassados.
Com isso, a mais velha sente-se desrespeitada e não aceita a postura da irmã, que, por outro lado, deseja a ruptura, o fim da tradição e a permanência no local da árvore sagrada. O avô, muito nervoso, busca de todas as maneiras convencer as duas filhas para que aconteça a reconciliação, mas não é atendido. As crianças, que são amigas, ficam perplexas e tentam demover suas mães do inevitável conflito, porém são repreendidas por elas e nada podem fazer. O rompimento torna-se definitivo, uma tradição é quebrada, o que acarretará problemas espirituais para todos no futuro.
A partir daí o espetáculo encerra-se e passa a contar com as intervenções da plateia para tentar solucionar o conflito entre as famílias e manter a tradição intocável. O respeito aos mais velhos deveria permanecer inabalável, pois assim o foi em todos os tempos passados.
Com muita dança, tambores, músicas cantadas em crioulo e em português, vestimentas tradicionais (as roupas coloridas e os motivos geométricos dos panos) a peça “Nó Mama Frutos da Mesma Árvore” valoriza diversos aspectos culturais de Guiné-Bissau, o que vale para saciar a curiosidade de quem não conhece o país.
“Nó Mama Frutos da Mesma Árvore” é uma importante peça por apresentar através da briga entre famílias uma metáfora dos sangrentos conflitos internos do país no pós-independência, estimulados pelas disputas de terra e de supremacia político-econômica. Basta recordarmos o conflito armado de 1998/1999 e a recente desestabilidade política com a morte do presidente da república guineense, Nino Vieira, morto em março deste ano, assim como a posterior morte do candidato à presidência Baciro Dabó.
Depreendemos que o GTO de Bissau em “Nó Mama Frutos da Mesma Árvore” procura alternativas pacíficas entre seus pares para contribuir na reconstrução da nação guineense. Ao revalorizar as tradições da multifacetada cultura de Guiné-Bissau, o GTO dialoga com os problemas do seu tempo, mostrando que as soluções para as injustiças sociais e os descaminhos políticos podem estar entre os próprios guineenses, unidos e solidários.
“Nó Mama Frutos da Mesma Árvore” é uma peça que emociona.
Criação/Concepção coletiva: Grupo de Teatro do Oprimido – GTO / Guiné Bissau – Bissau
Direção Artística: Barbara Santos
Elenco: Claudina Joaquim da Silva Gomes, Edilta da Silva, Elsa Maria Ramos Gomes, José Carlos Lopes Correia, Silvano Bernardo Antônio dos Santos; Suleimane Gadjicó
Duração: 60 min.
Concepção Plástica: Cachalote Mattos
domingo, 12 de julho de 2009
FESTLIP - "O Homem Ideal" – Grupo M’BEU (Moçambique)
Por Ricardo Riso
As perversas relações humanas proporcionadas pela desigualdade econômica obrigam as camadas inferiores da sociedade a constantes humilhações. No caso específico da mulher que é negra, pobre e camponesa em Moçambique os seus sofrimentos são extremos quando necessita encarar a cidade grande, Maputo, capital do país.
O Grupo M’BEU trouxe para o FESTLIP a peça “O homem ideal”, texto e direção de Evaristo Abreu. Trata-se da conturbada história de Deolinda e a sua incessante busca pelo homem ideal citado no título. Ela é uma mulher que já teve vários homens, dentre eles Afrísio, Afrânio, Euros e Américo (detalhe para os nomes dos homens, alusão à exploração externa sofrida por Moçambique), sendo sempre desrespeitada e menosprezada por eles.
Para acompanhar as agruras da vida de Deolinda, sua Consciência e um barman escancaram seus pontos fracos, seus sonhos, deixando-a ainda mais confusa sobre que caminho seguir. Um telão expõe imagens de Maputo e as dificuldades passadas por ela na cidade grande. Estão ali o egoísmo, a insensibilidade e a falta de solidariedade daqueles que vivem na cidade grande. A personagem encontra espaço apenas em uma oficina de modelagem de barro, o que remete ao lugar de onde veio.
Por não conseguir se adaptar à vida na capital e permanecer desempregada, Deolinda conta com a caridade de um dono de restaurante que a deixa dormir no local, o espaço onde a peça é encenada. Entretanto, essa situação a leva a sofrer sucessivas humilhações de um barman a lembrá-la sempre da condição pela qual está ali e a deseja sexualmente. Sua Consciência exerce papel semelhante ao recordar sua trajetória infeliz com os homens e a questionar os futuros caminhos a seguir na infrutífera busca do homem ideal.
Como podemos perceber, trata-se de um texto (criado por eles) com o papel de conscientização social, premissa do Grupo M’BEU, que realiza através de sua associação cultural um belo trabalho de ampliação do teatro, oferecendo oficinas e apoiando outros grupos em Maputo e nas áreas próximas desde sua criação, em 1989.
Contudo, “O homem ideal” não se restringe aos desejos de uma mulher que quer apenas ter um companheiro que a ame. A encenação aborda questões contemporâneas comuns às pessoas excluídas dos países subdesenvolvidos, que são obrigadas a sair das pequenas cidades onde vivem, com pouca ou nenhuma instrução e entregues à própria sorte quando chegam aos grandes centros. Em seu pano de fundo, a peça questiona se o atual mundo neoliberal com sua ganância desmedida e que submete milhões de pessoas a viver em condições sub-humanas seria o ideal.
Outro questionamento que a peça deixa no ar, e este fala diretamente a nós brasileiros, diz respeito às discussões muitas vezes fúteis de Deolinda e sua Consciência, sentadas ao redor de uma mesa, a remeter à estética das nossas novelas. Será que não é um grito de Moçambique para não enviarmos a representação máxima do nosso lixo cultural para lá? Parece-me que sim.
Com música de altíssima qualidade de Fran Perez e Paulo Macamo, figurinos de Adélia Tique e Sheila Alexandre, fotografia de Chico Carneiro e o bom trabalho do elenco formado por Yolanda Fumo, Isabel Jorge e Eliot Alex a peça “O homem ideal” cumpre muito bem o seu papel.
terça-feira, 7 de julho de 2009
FESTLIP - Mar me quer (Grupo Tijac - Moçambique/Ilhas Reunião)
Por Ricardo Riso
Transpor para o teatro o universo literário extremamente particular e inovador de Mia Couto não é uma tarefa simplória, exige de quem resolve encarar tal desafio, um profundo mergulho nos vários aspectos intangíveis trabalhados em sua escrita, tais como: a memória, o sonho, o tempo, o animismo africano e a sua criativa maneira de subverter a língua portuguesa, criando um “português moçambicano”. E é dentro desta experiência com a oralidade que Mia desfila a sua genialidade ao inverter provérbios, modificar a sintaxe etc.
Fruto de uma parceria banhada pelo Índico, “Mar me quer” alia o diretor das Ilhas Reunião Mickael Fontaine, o músico Matchume e um afinado elenco de atores moçambicanos, para encenar a história de Zeca Perpétuo e Dona Luarmina. Os dois moram à beira do mar, solitários. Ela, desfolhando uma flor invisível e querendo esquecer o passado quer ouvir as histórias de Zeca, enquanto este evita falar do seu passado e tenta conquistá-la de diversas maneiras sem obter sucesso. A memória tenta ser esquecida, ambos não desejam revelar o outrora que coincide com a violenta guerra civil do país. Os segredos do nebuloso passado são revelados a partir do momento que surgem as inserções do pai e do avô de Zeca Perpétuo e de um narrador. Assim, começamos a compreender que a história de Zeca e Luarmina vão se entrelançando.
A pluralidade cultural moçambicana está presente no texto, identificada nas três gerações dos Perpétuos. Seu avô representa o negro, apegado ao chão e às tradições; o pai assimila-se e procura aproximar-se da cultura do branco invasor, condição que será cobrada pelos antepassados o deixando cego e com os olhos azulados se tornando um adivinho que passa a ser procurado pelos pescadores. Enquanto Zeca sofre o conflito de viver entre culturas opostas – a negra e a branca do colonizador –, pois foi criado por um padre e em meio a livros, mas que busca o mar e a rede de pesca com a mesma constância que se afasta dos livros. Já a senhora Luarmina é uma mestiça, a mescla de raças que formam a nação moçambicana.
Diante dos conflitos entre tradição e modernidade, além da presença da memória, dos sonhos esgarçados e de certo mistério comuns na prosa coutiana, a direção da peça encontrou soluções cênicas interessantes e criativas que enriqueceram a narrativa bela e pungente. Sábia e caprichada a presença da música de Matchume, aliando tambores e sons eletrônicos sem jamais sobrepor as vozes dos autores. A presença constante do vídeo a pontuar os esgarçamentos da memória da velha Luarmina, simbolizados por um corredor interminável e vazio, ou a visão do mar e os momentos de fuga de Zeca Perpétuo fechando-se naquilo que quer encobrir. Os momentos de tensão e de presença do avô de Zeca são encenados dentro de uma tela circular em que ora o jogo de luz demarcar o ator, ora são as suas mãos e o seu rosto de encontro à tela a demonstrar os conflitos que passam os personagens. A iluminação do cenário, com destaque para a forte cor azul, também capta com bastante sutileza as passagens e tensões vivenciadas.
A atuação do elenco é segura, sem maiores sobressaltos, o que valoriza e reverencia a força do texto de Mia Couto. Zeca Perpétuo e Dona Luarmina são representados sem exageros, discretos e simples, angustiados com seus conflitos internos, de encarar seus medos, rever seus erros, de liberar a palavra e revelar o que está dentro de si. Daí a opção de Luarmina em refugiar-se na escolha de seu futuro (bem-me-quer / mar-me-quer) desfolhando as pétalas de flores invisíveis, enquanto Zeca Perpétuo escuta os gritos insistentes das gaivotas. Já o narrador possui a sobriedade e a serenidade necessária para pontuar os acontecimentos.
“Mar me quer” encenado pelo Grupo Tijac (Moçambique/Ilhas Reunião) convence por saber traduzir os aspectos essenciais do texto de Mia Couto, gratifica pela leveza de como os assuntos são tratados, por respeitar o sonho e, principalmente, por nos fazer refletir, a partir das tensões de Zeca Perpétuo e Luarmina, a maneira como encaramos nossos conflitos internos, nossos medos, os segredos sombrios que nos atormentam, que tentamos ocultar e esquecer, por conseguinte, travam a nossa evolução. “Mar me quer” fascina e emociona pela bela montagem, pelo final surpreendente como o é em todos os textos de Mia Couto. “Mar me quer” é uma peça obrigatória, naturalmente.
Última apresentação: 11/07 – 19h – Sesc Ginástico
Ficha Técnica:
Texto: Mia Couto
Adaptação e Direção: Mickael Fontaine
Elenco: Eliot Alex, Graça Silva, Leonardo Nhavoto e Zango Candido Salomão
Duração: 01:00h
Música: Matchume
Técnico: Hassan Aboudakar
segunda-feira, 6 de julho de 2009
FESTLIP - Psycho (Cia. de Teatro Solaris - Cabo Verde)
por Ricardo Riso
Começou o segundo FESTLIP (http://www.talu.com.br/festlip/index_home.htm), evento que merece se firmar no calendário cultural carioca com a pertinente proposta de unir companhias dos países de língua portuguesa, logo, trata-se de uma ótima oportunidade para conhecer os trabalhos realizados por grupos teatrais africanos. Esta edição motiva os apreciadores das literaturas africanas de língua portuguesa por trazer três encenações inspiradas em textos de nomes fundamentais dessas literaturas: “Mar me quer” do moçambicano Mia Couto, “No inferno” do cabo-verdiano Arménio Vieira e “Sobreviver no Tarrafal” do angolano Antonio Jacinto.
No segundo dia do evento optei pela peça “Psycho” da Cia. de Teatro Solaris (Cabo Verde). A Solaris apresentou uma montagem ousada e criativa, com parcos recursos, carregada de experimentalismos diante de um texto complexo e intrigante proposto a discutir temas que angustiam o homem contemporâneo encurralado em um mundo opressor, insensível e devorador daquele que se atreve a questionar a ordem estabelecida.
A partir de três fobias – à sujeira, à multidão e ao sexo –, duas mulheres (as atrizes Lucilene Mota e Milanka Vera Cruz) desnudam suas inquietações em um texto verborrágico, tenso e intenso. Incômodo que se estende ao simples, “estranho” e funcional figurino, a remeter a alienígenas, demonstrando o desconforto do mundo ao qual vivem.
A inventividade do cenário também é um grande acerto da Companhia, percebe-se o belo aproveitamento das atrizes com os poucos elementos que o compõe e sem referência a um local específico, sendo que o uso incessante de uma escada e os malabarismos feitos ali pode causar um certo desconforto ao espectador que fica na iminência de um acidente com as atrizes. Uma boa analogia ao desassossego e ao tom nevrálgico que o texto incita. Além disso, a atuação das atrizes espalha-se pelo corpo do teatro a buscar interatividade com a plateia.
Do texto, inferimos a importância dada à condição da mulher cabo-verdiana. Seus anseios, medos, dúvidas e angústias são escancarados em uma sociedade repressora a ostentar um machismo exacerbado, que renega a mulher a um patamar inferior no meio em que vive, sendo forçada a se submeter aos caprichos do(s) homem(ns). Isso confere ao texto um caráter universal, pois trata de situações comuns às mulheres de todo o mundo. Tal inquietação e indignação à violência sofrida pela mulher é um tema recorrente nas artes de Cabo Verde, constatado na literatura do país em escritoras como Dina Salústio e Vera Duarte que denunciam essas moléstias em suas obras.
“Psycho” é um espetáculo consistente, denso e instiga o espectador a refletir sobre o que é imposto à mulher. Um belo trabalho da Companhia de Teatro Solaris e das atrizes Lucilene Mota e Milanka Vera Cruz, que se entregam com fervor a tanta exigência corporal em tão difícil texto.
A próxima e derradeira apresentação de “Psycho” será no dia 09/07, no Sesc Tijuca.
Para encerrar, um poema de Vera Duarte para celebrar o bom trabalho da Solaris.
Psycho – Cia. de Teatro Solaris
Ficha técnica
Texto / Concepção: Valódia Monteiro
Direção / Encenação: Herlandson Lima Duarte
Elenco: Lucilene Mota e Milanka Vera Cruz
Duração: 50 min
Cenografia: Herlandson Lima Duarte/ Nuno Costa
Figurino: Lucilene Costa / Milanka Vera Cruz
Iluminação: Edson Fortes
MOMENTO XII
(século vinte, um dia incerto de um tempo de mágoas)
Como diria o poeta, choro da dor de me saber mulher feita não para amar mas para ser amada. Choro porque sou e amo. E esterizam-me as forças. Uma melancolia sem princípio nem fim possui-me e quedo-me impotente.
Um súbito regato de águas claras inundara-me. Dei-me sorrindo. Mas as águas avolumaram-se e senti perder-se a minha alma.
Por isso choro. Por me saber mulher e não poder amar. Contudo amo. E na solidão meus soluços se sucedem em canção desesperada.
Sinto-me escravizada, tiranizada, violentada. E meu ser nascido livre se revolta. Na impotência se mata. Quem depois se acusará?
Por isso quero desvendar os universos proibidos e purificar-me. Penetrar nos bastidores da minha condição humana e lutar contra os preconceitos e a opressão que castram. Desprezar, com ódio acumulado, os fariseus da minha história e voar, na plenitude do meu ser nascido livre, de encontro às aspirações da alma.
(DUARTE, Vera. Amanhã Amadrugada. Lisboa: Vega, 1993. p. 40)
UMOJAH: WORKSHOPS - TIMBILA E PERCUSSÃO MOÇAMBICANA NA MARACATU BRASIL
Estou divulgando os workshops que serão oferecidos pelo músico moçambicano Matchume Zango da Orquestra Timbila Muzimba, no Rio de Janeiro nos próximos dias 09/07 e 12/07.
Ele é o músico que recebeu a mim e ao UMOJAH em nossa visita à Moçambique, durante fevereiro e março desse ano, e foi grande sua ajuda nas pesquiass de campo sobre a música tradicional do povo Chope de moçambique, além de ser um grande amigo.
Também aproveito pra divulgar a peça "Mar Me Quer", na qual ele faz a música ao vivo, e que representa a delegação e Moçambique e Ilhas Reunião no Festlip (Festival de Teatro da Língua Portuguesa). O texto é de Mia Couto, o autor homenageado do festival, e vai ser apreentado nas duas datas (mas infos www.festlip.com):
05/07 - 20hs Sesc Tijuca
11/07 - 19hs Sesc Ginástico (Entrada Franca - chegar 30min antes para pegar a senha)
Warethwa!
André Sampaio
Workshops: Timbila e Percussão Moçambicana
Com Matchume Zango – Orquestra Timbila Muzimba
A Timbila,instrumento declarado patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO,é o nome genérico que se dá a um tipo de marimba da região de Zavala em Moçambique, tocado tradicionalmente pelo povo Chope.
Os Workshops visam proporcionar aos participantes de todas as idades um contato muito próximo com a cultura popular moçambicana, aproveitando a presença no Brasil do músico Matchume Zango, membro fundador da Orquestra Timbila Muzimba,compositor musical e fabricante de instrumentos tradicionais e modernos.
Local: Maracatu Brasil - Rua Ipiranga, 49 - Laranjeiras
Dia 09/07/09 Quinta-Feira às 20hs
Dia 12/07/09 Domingo às 16hs
Investimento : 1 Dia R$ 30,00 / 2 Dias R$ 50,00
Informações: (21) 2557-4754 / (21) 9444-4773 (André)
email: coletivo.umojah@gmail.com
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Imagens Abensonhadas (inspiradas em Estórias Abensonhadas, de Mia Couto), por Ricardo Riso
A série Imagens Abensonhadas ainda está em construção, postarei outros trabalhos no futuro.
Ricardo Riso
"com o fato para celebrar a paz moçambicana" (conto "Chuva: a abensonhada") - série "Imagens Abensonhadas" - livre interpretação dos contos de "Estórias Abensonhadas", do escritor moçambicano Mia Couto) -Ricardo Riso - fotografia digital - 06/05/2009
Nãozinha de Jesus, Só se for lá no último canto (conto "O adeus da sombra") - série "Imagens Abensonhadas" - livre interpretação dos contos de "Estórias Abensonhadas", do escritor moçambicano Mia Couto) - Ricardo Riso - arte digital - 01/2007
Ver com o olhar dos amantes, para além dos vários firmamentos (ao casal Estrelinho e Infelizmina) - (conto "O cego Estrelinho", série "Imagens Abensonhadas" - livre interpretação dos contos de Estórias Abensonhadas, do escritor moçambicano Mia Couto) - aquarela - 40,2 x 30,3 cm - 30/04/2009
capa de "Percorrendo um caminho que dispensa toda bandeira" (conto "O poente da bandeira") - série "Imagens Abensonhadas" - livre interpretação dos contos de Estórias Abensonhadas, do escritor moçambicano Mia Couto) -Ricardo Riso - Aquarela, pastel oleoso, estopa e madeira - 39,7 x 23,6 cm - 05/05/2009
parte interna de "Percorrendo um caminho que dispensa toda bandeira" (conto "O poente da bandeira") - série "Imagens Abensonhadas" - livre interpretação dos contos de Estórias Abensonhadas, do escritor moçambicano Mia Couto) -Ricardo Riso - Aquarela, pastel oleoso, estopa e madeira - 39,7 x 23,6 cm - 05/05/2009
pintura interna de "Percorrendo um caminho que dispensa toda bandeira" (conto "O poente da bandeira") - série "Imagens Abensonhadas" - livre interpretação dos contos de Estórias Abensonhadas, do escritor moçambicano Mia Couto) -Ricardo Riso - Aquarela, pastel oleoso, estopa e madeira - 39,7 x 23,6 cm - 05/05/2009
AFRO CORPOREIDADE: Ritmo-Som-Movimento-Cultura Afro (blog)
Este é o blog da amiga Denise Guerra que trata de temas relacionados à cultura corporal/corporeidade advindas das matrizes africanas, incluindo suas diásporas. Denise é graduada em Musicoterapia e em Educação Física, com especialização em Psicomotricidade, e em Cultura africana e afro-brasileira. É membro do corpo editorial da revista África e Africanidades – www.africaeafricanidades.com, e assina a coluna: Corpo: Som e Movimento.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Ondjaki na FLIP 2009
Fonte: e-mail enviado em 1 de julho de 2009, às 18:09, por Carolina Casarin, da Editora Língua Geral. Rua Jardim Botânico, 600/ 502 - Rio de Janeiro - RJ22461-000tel.: (21) 2279-6184 (21) 9398-8649
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Festlip – Festival de Teatro da Língua Portuguesa – 2009 (2 a 12/07/2009)
Programação por dia – Festlip – Festival de Teatro da Língua Portuguesa - 2009
Toda a programação – com exceção da Mostra Gourmet – tem entrada franca, com distribuição de senhas até 30 minutos antes do início da sessão. No teatro Sesc Ginástico, as senhas serão distribuídas 60 minutos antes do início da sessão.
De 2 a 31 de julho:
Mostra Gourmet – O sabor da Língua Portuguesa
Restaurante 00 Cozinha Contemporânea – Pratos especialmente criados pelo chef do restaurante, Ray Cardoso, inspirado na cultura e culinária dos países participantes do Festlip.
2 de julho (quinta-feira)
Abertura oficial do FESTLIP
19h - Teatro Sesc Ginástico
Grupo Tijac, de Moçambique, com o espetáculo “Mar me Quer”, baseado na obra de Mia Couto. Apresentação para convidados.
Entrega do Troféu Festlip - 2009 em homenagem ao premiado escritor moçambicano Mia Couto.
3 de julho (sexta-feira)
19h – Teatro Sesc Ginástico. Palestra com Mia Couto: ‘Metamorfose da literatura para o teatro’
20h – Teatro Sesc Tijuca. Peça: ‘Sobreviver no Tarrafal’, com o Grupo de Teatro Horizonte Nzinga Bandi (Angola- Luanda)
21h – Espaço Sesc – Teatro Arena. Peça: ‘Uma solidão demasiado ruidosa’, com a Cia Teatral Artistas Unidos (Portugal - Lisboa)
21h30 – Espaço Sesc – Mezanino. Peça: ‘Complexo sistema de enfraquecimento da sensibilidade’, com Cia de Teatro Antro Exposto (Brasil- São Paulo)
4 de julho (sábado)
19h – Teatro Sesc Ginástico. Peça: ‘Lindos dias’, com a Cia. Teatral Primeiros Sintomas (Portugal - Lisboa)
20h – Teatro Sesc Tijuca. Peça: ‘Psycho’, com a Companhia de Teatro Solaris (Cabo Verde - Cidade de Mindelo)
21h – Espaço Sesc – Teatro Arena. Peça: ‘Kimpa Vita - A Profetisa Ardente’, com o Grupo Elinga-Teatro (Angola - Luanda)
21h30 – Espaço Sesc – Mezanino. Peça: ‘O Homem ideal’, com o Grupo M'Bêu (Moçambique - Maputo)
22h – Estrela da Lapa. Festlipshow - Fidjus de Cabo Verde (Cabo Verde), Mario Lucio (Cabo Verde), Abel Duerê (Angola), Bongar – Coco da Xambá (Brasil) e DJ Falcão (Angola).
5 de julho (domingo)
19h – Teatro Sesc Ginástico. Peça: ‘Cortiços - Cia de Teatro Luna Lunera’ (Brasil – Belo Horizonte)
19h30 – Espaço Sesc – Teatro Arena. Peça: ‘No Inferno’, com o Grupo de Teatro do Centro Cultural Português de Mindelo (Cabo Verde – Cidade de Mindelo)
20h – Espaço Sesc – Mezanino. Peça: ‘Nó mama - Frutos da Mesma Arvore’, com o GTO
(Guiné Bissau - Bissau)
20h – Teatro Sesc Tijuca. Peça: ‘Mar me quer’, com o Grupo Teatral Tijac (Moçambique – Maputo com Ilha da Reunião)
6 de julho (segunda)
13h às 18h – Espaço Sesc – Teatro Arena. Oficina teatral com diretor Miguel Seabra, do Teatro Meridional (Portugal)
7 de julho (terça)
13h às 18h – Espaço Sesc – Teatro Arena. Oficina teatral com diretor Miguel Seabra, do Teatro Meridional – (Portugal)
20h – Espaço Sesc – Teatro Arena. Mesa ‘Encenação do Teatro da Língua Portuguesa’, com os diretores participantes e mediação de Tania Brandão
8 de julho (quarta)
13h às 18h – Espaço Sesc – Teatro Arena. Oficina teatral com diretor Miguel Seabra, do Teatro Meridional (Portugal)
19h – Espaço Sesc – Teatro Arena. Vitrine do Teatro Carioca no Corredor Cultural da Lapa – Grupos convidados: Tá Na Rua, Teatro do Anônimo e Cia dos Atores.
9 de julho (quinta)
19h – Teatro Sesc Ginástico. Peça: ‘Cortiços, com a Cia de Teatro Luna Lunera (Brasil)
20h – Espaço Sesc – Mezanino. Peça: ‘Sobreviver no Tarrafal’, com o Grupo de Teatro Horizonte Nzinga Bamdi (Angola)
20h – Teatro Sesc Tijuca. Peça: ‘Psycho’, com a Companhia de Teatro Solaris (Cabo Verde)
21h – Espaço Sesc – Teatro Arena. Peça: ‘No Inferno - Grupo de Teatro do Centro Cultural Português de Mindelo’ (Cabo Verde)
10 de julho (sexta)
19h – Teatro Sesc Ginástico. Peça: ‘Cortiços’, com a Cia de Teatro Luna Lunera (Brasil)
21h30 – Espaço Sesc – Mezanino. Peça: ‘O Homem ideal’, com o Grupo M'Bêu (Moçambique)
21h – Espaço Sesc – Teatro Arena. Peça: ‘Uma solidão demasiado ruidosa’, com a Cia Teatral Artistas Unidos (Portugal)
20h – ‘Teatro Sesc Tijuca’. Peça: ‘Lindos dias’, com a Cia Teatral Primeiros Sintomas (Portugual)
11 de julho (sábado)
19h – Teatro Sesc Ginástico. Peça: ‘Mar me quer’, com o Grupo Teatral Tijac (Moçambique – Maputo com Ilha da Reunião)
21h30 – Espaço Sesc – Mezanino. Peça: ‘Complexo sistema de enfraquecimento da sensibilidade’, com a Cia de Teatro Antro Exposto (Brasil)
21h – Espaço Sesc – Teatro Arena. Peça: ‘No Inferno’, com o Grupo de Teatro do Centro Cultural Português de Mindelo (Cabo Verde)
20h – Teatro Sesc Tijuca. Peça: ‘O Homem ideal’, com o Grupo M'Bêu (Moçambique)
12 de julho (domingo)
19h – Teatro Sesc Ginástico. Peça: ‘Lindos dias’, com a Cia Teatral Primeiros Sintomas (Portugal)
20h – Espaço Sesc – Mezanino. Peça: ‘Nó mama - Frutos da mesma árvore’, com o CTO (Guiné-Bissau)
19h30 – Espaço Sesc - Teatro Arena. Peça: ‘Kimpa Vita - A profetisa ardente’, com o Grupo Elinga-Teatro (Angola)
20h – Teatro Sesc Tijuca. Peça: ‘Uma solidão demasiado ruidosa’, com a Cia Teatral Artistas Unidos (Portugal)
22h – Espaço Sesc – Mezanino: Cerimônia de encerramento - entrega do Prêmio Festlip 2009 de espetáculo revelação
Grupos teatrais participantes na programação do FESTLIP:
Portugal:
Companhia Teatral Primeiros Sintomas - Espetáculo: “Lindos Dias”, com texto de Miguel Castro Caldas e direção de Bruno Bravo.
Companhia Teatral Artistas Unidos - Espetáculo: “Uma Solidão Demasiado Ruidosa”, com texto de Bohimil Hrabal e Direção de Antônio Simão.
Moçambique:
Grupo M'BEU - Espetáculo: “O Homem Ideal”, com texto e direção de Evaristo Abreu.
Grupo Tijac - Espetáculo: “Mar Me Quer”, de Mia Couto com direção de Mickael Fontaine.
Angola:
Grupo Elinga Teatro - Espetáculo: “Kimpa Vita: A Profetiza Ardente”, com texto e direção de José Mena Abrantes.
Grupo Horizonte Nzinga Bandi - Espetáculo: “Sobreviver No Tarrafal”, com de texto Antônio Jacinto e direção de Adelino Caracol .
Guiné Bissau:
Grupo Teatro do Oprimido – Bissau GTO - Espetáculo: “Nó Mama – Frutos da Mesma Árvore”
Brasil:
Cia. Luna Lunera – Belo Horizonte - Espetáculo: “Cortiços”, concepção Cia. Luna Lunera e Tuca Pinheiro e direção de Tuca Pinheiro.
Cia. De Teatro Antroexposto – São Paulo - Espetáculo: “Complexo Sistema de Enfraquecimento as Sensibilidade”, com texto de direção de Ruy Filho
Cabo Verde:
Grupo de Teatro do Centro Cultural Português de Mindelo - Espetáculo: “No Inferno”, com texto e direção de João Branco
Companhia de Teatro Solaris - Espetáculo: “Psycho”, com texto de Valódia Monteiro e direção de Herlandson Lima Duarte
Eventos paralelos:
04 de julho (sábado)
FestlipShow
4 de julho (sábado)
22h – Estrela da Lapa
Festa musical com apresentações de músicos brasileiros e internacionais (todos os países participantes). Entrada franca. Fidjus de Cabo Verde – Cabo Verde; Mário Lucio – Cabo Verde; Abel Duerê – Angola; Bongar – Coco da Xambá – Brasil; DJ Falcão – Angola; E mais uma atração surpresa
6 a 8 de julho (segunda a quarta)
Oficina Teatral: Com o diretor português Miguel Seabra, do grupo teatral Meridional, direcionada aos atores participantes do Festlip e para estudantes de teatro como ouvintes, com entrada franca (distribuição de senhas).
7 de julho:
20h – Espaço Sesc Arena
Mesa de debates – ‘Encenação do Teatro da Língua Portuguesa’
A mesa será composta pelos diretores dos grupos teatrais participantes do Festlip, com mediação de Tania Brandão.
8 de julho:
19h – Espaço Sesc Arena
Vitrine Carioca do Teatro do Corredor Cultural da Lapa
Exposição do trabalho realizado por três grupos teatrais cariocas, Tá Na Rua, Cia. dos Atores e Teatro de Anônimo, através dos seus diretores: Amir Haddad, Enrique Diaz e João Carlos Artigos. Participação dos atores das companhias.
Informações para a imprensa:
Factoria Comunicação
Vanessa Cardoso (vanessa@factoriacomunicacao.com.br)
Pedro Neves (pedro@factoriacomunicacao.com.br)
Leila Grimming (leila@factoriacomunicacao.com.br)
(21) 2249.1598 / 2259.0409
Fonte: e-mail enviado pela idealizadora e produtora do FESTLIP, Tânia Pires, às 14h14 do dia 21/06/2009.