Coordenadores: Carmen Tindó, Edna Bueno e Maria Teresa Salgado
Ementa: Ciclo de debates, a partir de curtas e médias-metragens, cujo objetivo é pôr em discussão aspectos literários, históricos, antropológicos, religiosos, enfim, questões culturais relacionadas ao continente africano em sua relação com o Brasil, buscando a desconstrução de estereótipos, apontando os múltiplos campos de trocas culturais entre a África e o nosso país, evidenciando, sobretudo, a pluralidade e a riqueza cultural do continente.
Vagas: 50 ou mais (O curso será no auditório do G1 - Faculdade de Letras/UFRJ)
Dias da semana: Quartas (agosto, setembro e 1ª sem de outubro)
Horário: 13: 30 às 15:30
Período: (9 encontros)
Programa:
12/08 – Oxalá cresçam pitangas - Uma visão de Luanda na contemporaneidade: os conflitos, sonhos e problemas nos depoimentos de seus habitantes.
Debatedor: Ondjaki - escritor e cineasta angolano
19/08 – O Jongo na Serrinha - Um tributo a mestre Darcy - O jongo, suas origens e sua história em uma das principais comunidades do estado do Rio de Janeiro.
Debatedor: Lúcio Sanfillippo (músico e professor de música e danças brasileiras)
26/08 – Fogata - A cultura e a Literatura moçambicanas discutidas a partir da exibição de um curta-metragem adaptado do conto A fogueira, do escritor Mia Couto.
Debatedora: Carmen Tindó (Professora de Literaturas Africanas)
02/09 – O roubo de uma máscara - A relação entre tradição e modernidade a partir de máscaras africanas
Debatedora: Luena Pereira (Pesquisadora e Professora de Antropologia)
09/09 – A Família Alcântara – A saga da Família Alcântara, cujos primeiros integrantes, descendentes de uma tribo angolana, chegaram escravizados ao Brasil.
Debatedora: Conceição Evaristo (Escritora)
1609 - A Festa – O encontro comemorativo dos descendentes de Francisco Félix de Souza, um descendente de escravos que se tornou um dos maiores traficantes do continente africano.
Debatedor: Rogério Athayde (Pesquisador e Professor de História)
23/09 – A dança das cabaças - Exu no Brasil – Um documentário poético que investiga a divindade africana Exu no imaginário popular brasileiro
Debatedor: Cláudio Falcão (Professor e pesquisador de História)
30/09 - O regresso de um aventureiro seguido de Os cowboys são negros - O primeiro western africano surgido na década de 60, anos da efervescência do cinema africano. O diálogo entre a África e os elementos cultuados do cinema americano em plena efervescência do cinema africano.
Debatedor: Clementino Júnior (Cineasta e produtor cultural)
07/ 10 - A árvore dos antepassados - A importância dos antepassados na tradição oral.
Debatedora: Laura Padilha (Professora de Literaturas Africanas).
Material necessário: data-show, telão.
Sinopse dos Filmes
Oxalá cresçam pitangas (Angola, 2006)
De Ondjaki e Kiluanje Liberdade, DVD, 62 min
Um filme em Angola, sobre Luanda, depois de 30 anos de independência e de três anos de paz. Cruzamento de várias realidades e gentes de todas as províncias, numa metrópole de mais de três milhões de habitantes. A alegria, o ritmo, a graça e a desgraça de viver em Luanda.“Oxalá cresçam pitangas” revela a realidade por detrás da permanente fantasia luandense. Dez vozes vão expondo com ritmo, dignidade e coerência, um espaço ocupado por várias gerações e dinâmicas sociais complexas. Luanda ainda não havia sido filmada sob esta perspectiva realista e humana: conflitos entre a proliferação do setor informal, as desilusões e as aspirações, o questionamento do espaço urbano e do futuro de uma Angola em acelerado crescimento.
O Jongo na Serrinha - Um tributo a mestre Darcy (Brasil, 2005).
De Beatriz Paiva, DVD, 35 min
O filme é um Tributo ao Mestre Darcy do Jongo que, juntamente com sua mãe Vovó Maria Joana iniciaram um movimento de transformação do jongo que sua família viveu em fazenda do Vale do Paraíba, para que esta manifestação não se extinguisse e se tornasse acessível às gerações seguintes, se adaptando inclusive aos palcos. Por causa deste movimento, iniciou-se um processo de valorização de comunidades jongueiras por todo o sudeste e um resgate cultural incomensurável que culminou com o tombamento do Jongo como patrimônio imaterial da Humanidade.
Fogata (Moçambique, 1992)
De João Ribeiro, DVD, 18 min.
Fogata, adaptado do conto A Fogueira, de Mia Couto, expõe a tensão entre a representação no cinema e a arte de contação de histórias da tradição oral africana. As vidas são retratadas de uma perspectiva realista, ainda que com sua magia, se situando, assim, entre a fantasia e as narrativas populares realistas. A forma poética do conto A Fogueira, na sua expressão literária, volta sua atenção para a oralidade de forma muito bem sucedida.
O roubo de uma máscara (L’ envol d’un masque - Burkina Fasso, 1995)
De Phillippe Cassard, DVD, 30 min.
A encenação leve e bem humorada do dilema tradição/ modernidade faz dessa fábula moderna um documento de descoberta da África pela juventude.
A Família Alcântara (Brasil, 2004)
De Daniel Solá Santiago e Lilian Solá Santiago, DVD, 54 min.
Um documentário de longa-metragem foi rodado em João Monlevade, município a 100 km de Belo Horizonte. Família Alcântara é o nome da obra, que leva a assinatura de Daniel Solá Santiago e Lilian Solá Santiago, seus produtores e diretores. O trabalho dos Santiagos, ao contrário do que o título pode sugerir, não se resume à história de um grupo familiar. Em sua realização, ele teve de dar conta de um quadro amplo e muito complexo. Santiago escolheu levar para a tela uma epopéia cultural que teve início em Minas Gerais há 240 anos. Em 1760 os primeiros Alcântara chegaram escravizados ao Brasil. Eram integrantes de uma tribo angolana, os wasili, que viviam em terras próximas de Luanda, atual capital de Angola. De etnia banto, esses escravos wasili foram levados para Minas e postos a trabalhar em plantações de cana-de-açúcar.
A Festa (Portugal - África, 2006)
De Joana da Cunha Ferreira, DVD, 52 min
Um filme sobre Francisco Félix de Souza, Chachá I, que morreu nonagenário em Ajudá, no ano de 1849, rodeado de uma muito extensa família, de várias mulheres, filhos, filhas e corte. A sua fama como traficante de escravos já tinha atingido tais proporções que os abolicionistas ingleses acreditaram que, com a morte de Souza, acabaria o tráfico de escravos. Em Ajudá, onde Francisco se instalou e enriqueceu, os mortos não são considerados mortos, vivem ao nosso lado enquanto quisermos. Ali, como aqui, enquanto houver quem nos recorde, continuamos a ser e a nossa história a crescer.
A dança das cabaças – Exu no Brasil (Brasil, 2006)
De Kiko Dinucci, DVD, 54 min
Trazido pelos escravos com outros Deuses do panteão Yoruba, Exu foi colocado à margem e passou por um processo de demonização que se inicia na missão católica na África e se estende no período colonial brasileiro, onde seus atributos originais foram ocultados. Exu que na África era caracterizado como o princípio da vida, a força que move os corpos, a dinâmica, o senhor dos caminhos e das encruzilhadas, a principal ponte entre os mortais e as divindades que habitam o além, passa a ser visto como a personificação do mal perante o modelo cristão, devido ao seu seu símbolo fálico e seu comportamento astucioso.Dirigido por Kiko Dinucci, o filme passa pelas diversas vertentes das religiões afro-descendentes, dos candomblés (de tradição Nagô, Gege, Bantu), Tambor de Mina, passando pela Umbanda e Quimbanda. Dança das Cabaças-Exu no Brasil conta com participações de Sacerdotes e estudiosos.
O Regresso de um Aventureiro (Le Retour d´un Aventurier, Nigéria, 1966).
De Moustapha Alassane, DVD, Cor, 34 min.
De regresso de uma viagem aos Estados Unidos, um jovem nigeriano oferece aos amigos da sua aldeia equipamentos de cowboys. A gangue vai perturbar a vida da aldeia e vai transformá-la numa cidade do velho oeste americano.
Os Cowboys São Negros (Les Cow-Boys Sont Noirs, França, 1966)
De Serge-Henri Moati, DVD, p&b, 15min.
Moustapha Alassane, cineasta nigeriano, realizou "O Regresso de um Aventureiro", primeiro western africano. Este filme conta a história da gravação deste filme de ação e de amor e mostra-nos como é tênue a fronteira entre a realidade e a ficção, o cinema e a vida.
A árvore dos antepassados (Moçambique, 1994)
De Licínio Azevedo, DVD, 50 min
Em 1984 quando a guerra atingiu a província de Tete, no norte de Moçambique, Alexandre Ferrão foi escolhido pelos tios para levar a família para Malawi. Os que agüentavam caminhar e as crianças foram com ele. Dez anos depois, com o fim da guerra, Alexandre decidiu que era hora de regressar para se reconciliarem com a árvore dos antepassados. Este filme vê a história da viagem de regresso à casa da família.
Fonte: http://www.letras.ufrj.br/index.php?option=com_content&task=blogcategory&id=58&Itemid=73
Olá Ricardo!
ResponderExcluirSuper legais essas programações da UFRJ. Pena que o horário p/ mim é inviável... Bjs, Luana
Oi, Luana! Tudo bem?
ResponderExcluirSão ótimas, principalmente pelos palestrantes.
Abraços,
Ricardo