A seguir dois poemas gentilmente enviados pelo escritor e artista plástico cabo-verdiano Tchale Figueira, no dia 07/09/2009.
Hoje senti saudades dos meus amigos
Vivos e mortos…
Dos vivos, na sua solidão do momento, que só a um homem pertence.
Dos mortos, que na sua eterna solidão, deixaram no búzio da minha lembrança, palavras de amizade, sabedoria e conforto.
Meu barco, entre borrascas e inquietações, atravessando o oceano imenso da essência.
Hoje, senti saudades das minhas amantes perdidas, nuvens que atravessaram minha ilha, sabor a canela de um beijo perdido…
Hoje senti saudades, dos meus amigos vivos e mortos, e tu ao meu lado sentado, mais distante do que esta profunda saudade.
Tchalê
Foi com um lápis-lazúli igual aos teus olhos
Que escrevi os primeiros hieróglifos
Num templo redondo iluminado de estrelas
Desenhei o voar dos pássaros, barcos e oceanos,
E a musica eterna, companheira nas navegações do peito
Inventei a palavra para dizer amor
Altares a deuses que não simetrizam a pequenez
Dos homens perdidos neste imenso mar de galáxias.
O vento e as vagas, ninados pela força invisível dos átomos,
A terra na sua perpetua circundação flutuante…
Oh! Poetas!...
Festejemos com alegria a chegada dos recém-nascidos
Com vinhos que embelezam os nossos pensamentos leves,
Poesia simples na contemplação deste universo sem fim
Ilha do nosso peito, forte como um mar de beijos.
Enviai cartas de luz em papel fino de arroz as vossas
Mulheres leves; estas borboletas dos nossos dias
Que habitam a nocturna dança dos nossos desejos
Tchalê
Tive o prazer de conhecer o Tchalé quando visitei o seu atelier em Cabo Verde. Um verdadeiro artista.
ResponderExcluirPrezado Fragata,
ResponderExcluirTudo bem?
Obrigado pelo comentário.
Tchalê é detentor de uma obra plástica vigorosa e procuro apresentá-la em minhas palestras. Além disso é uma pessoa de fino trato, um amigo do outro lado do Atlântico.
Abraços,
Ricardo