África 21 – DF - 13/10/2009 - 08:00
"O homem que não tira o palito da boca" é o novo livro de contos do angolano João Melo
Na capital portuguesa, o lançamento do novo livro de contos do autor está anunciado para dia 24 de novembro.
Da Redação
Brasília - "O homem que não tira o palito da boca" é o novo livro de contos do jornalista e escritor angolano João Melo, que deverá chegar às livrarias a partir de 10 de Novembro.
Além de Portugal, onde João Melo é editado pela Caminho, do grupo Leya, "O homem que não tira o palito da boca" será editado também em Angola e Moçambique, pelas editoras Nzila e Ndjira, respectivamente.
Na capital portuguesa, o lançamento do novo livro do autor está anunciado para dia 24 de novembro.
Na apresentação do livro, Pires Laranjeira, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, diz que João Melo "leva ao ponto de rebuçado (bala) o uso da teoria da literatura e da linguagem tecnocrata como subtexto para o humor: divertimo-nos tanto com as situações cómicas em que as personagens chafurdam quanto com os chistes semióticos dos narradores, que tratam o leitor (e a leitora) por tu".
"Um dos narradores deste novo livro do angolano João Melo diz que não é Maupassant, García Marquez ou Henry Miller, mas quase posso jurar que ele leu os três com prazer e proveito", escreve Pires Laranjeira.
Para este professor de Literatura, "o autor usa uma linguagem magnificamente técnica, semiótica, de lógica formal e jurídica – obsessivamente perfeccionista, requintada, paranoicamente explicativa – para tratar de questiúnculas ou, pelo contrário, explicar formalmente, com uma lógica administrativa, a podridão familiar, política, económica, o quotidiano de miséria, prostituição, indecência, malfeitoria e sacanice (no Sambila e outros bairros) de pobres diabos e cidadãos abandonados pelos coevos".
São, afinal, "histórias de casais e traições (infidelidades) são uma das obsessões divertidas de Melo. E, depois, há o tema das raças, cores de pele, classes, mas também o do assassinato piedoso, entre tantos".
Mesmo brincando e gozando com tudo e com todos, "pressente-se que disfarça o incómodo do sofrimento humano com esse riso, que, afinal, não passará de piedade compungida pelos semelhantes, mas não iguais – essa consciência da diferença social funda a auto-ironia que, afinal, é a mais funda (e disfarçada) estratégia da sua prosa cáustica, verdadeira soda agreste", escreve.
No Brasil
Natural de Luanda, onde vive, João Melo - escritor, jornalista, publicitário, professor universitário de Comunicação e deputado à Assembléia Nacional de Angola - é um dos autores africanos mais conhecidos nas universidades brasileiras.
Fez os estudos primários e secundários em Luanda, estudou direito em Coimbra, licenciou-se em Comunicação Social e fez mestrado em Comunicação e Cultura na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Publicou dez livros de poesia, quatro de contos e um de ensaios. Membro fundador da União de Escritores Angolanos, está representado em várias antologias, em Angola e no estrangeiro. Teve três menções honrosas, duas no Prêmio Sonangol de Literatura e uma no Prêmio Sagrada Esperança, ambos em Angola. Publicado habitualmente em Angola e Portugal, tem textos traduzidos para mandarim, alemão, italiano e húngaro.
O escritor e diretor-geral da revista África 21, parceira do África 21 Digital, lançou em novembro do ano passado no Brasil o livro de contos “Filhos da Pátria” (Editora Record) e é um dos autores africanos mais estudados nas universidades brasileiras.
Fonte: http://www.africa21digital.com/noticia.kmf?cod=9019265&indice=0&canal=403
"O homem que não tira o palito da boca" é o novo livro de contos do angolano João Melo
Na capital portuguesa, o lançamento do novo livro de contos do autor está anunciado para dia 24 de novembro.
Da Redação
Brasília - "O homem que não tira o palito da boca" é o novo livro de contos do jornalista e escritor angolano João Melo, que deverá chegar às livrarias a partir de 10 de Novembro.
Além de Portugal, onde João Melo é editado pela Caminho, do grupo Leya, "O homem que não tira o palito da boca" será editado também em Angola e Moçambique, pelas editoras Nzila e Ndjira, respectivamente.
Na capital portuguesa, o lançamento do novo livro do autor está anunciado para dia 24 de novembro.
Na apresentação do livro, Pires Laranjeira, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, diz que João Melo "leva ao ponto de rebuçado (bala) o uso da teoria da literatura e da linguagem tecnocrata como subtexto para o humor: divertimo-nos tanto com as situações cómicas em que as personagens chafurdam quanto com os chistes semióticos dos narradores, que tratam o leitor (e a leitora) por tu".
"Um dos narradores deste novo livro do angolano João Melo diz que não é Maupassant, García Marquez ou Henry Miller, mas quase posso jurar que ele leu os três com prazer e proveito", escreve Pires Laranjeira.
Para este professor de Literatura, "o autor usa uma linguagem magnificamente técnica, semiótica, de lógica formal e jurídica – obsessivamente perfeccionista, requintada, paranoicamente explicativa – para tratar de questiúnculas ou, pelo contrário, explicar formalmente, com uma lógica administrativa, a podridão familiar, política, económica, o quotidiano de miséria, prostituição, indecência, malfeitoria e sacanice (no Sambila e outros bairros) de pobres diabos e cidadãos abandonados pelos coevos".
São, afinal, "histórias de casais e traições (infidelidades) são uma das obsessões divertidas de Melo. E, depois, há o tema das raças, cores de pele, classes, mas também o do assassinato piedoso, entre tantos".
Mesmo brincando e gozando com tudo e com todos, "pressente-se que disfarça o incómodo do sofrimento humano com esse riso, que, afinal, não passará de piedade compungida pelos semelhantes, mas não iguais – essa consciência da diferença social funda a auto-ironia que, afinal, é a mais funda (e disfarçada) estratégia da sua prosa cáustica, verdadeira soda agreste", escreve.
No Brasil
Natural de Luanda, onde vive, João Melo - escritor, jornalista, publicitário, professor universitário de Comunicação e deputado à Assembléia Nacional de Angola - é um dos autores africanos mais conhecidos nas universidades brasileiras.
Fez os estudos primários e secundários em Luanda, estudou direito em Coimbra, licenciou-se em Comunicação Social e fez mestrado em Comunicação e Cultura na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Publicou dez livros de poesia, quatro de contos e um de ensaios. Membro fundador da União de Escritores Angolanos, está representado em várias antologias, em Angola e no estrangeiro. Teve três menções honrosas, duas no Prêmio Sonangol de Literatura e uma no Prêmio Sagrada Esperança, ambos em Angola. Publicado habitualmente em Angola e Portugal, tem textos traduzidos para mandarim, alemão, italiano e húngaro.
O escritor e diretor-geral da revista África 21, parceira do África 21 Digital, lançou em novembro do ano passado no Brasil o livro de contos “Filhos da Pátria” (Editora Record) e é um dos autores africanos mais estudados nas universidades brasileiras.
Fonte: http://www.africa21digital.com/noticia.kmf?cod=9019265&indice=0&canal=403
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