segunda-feira, 14 de junho de 2010

Época de Copa do Mundo, Barbosa merece ser lembrado

Época de Copa do Mundo, Barbosa merece ser lembrado

Por Ricardo Riso

A maior pena que existe para um crime no Brasil é de trinta anos. Mas desde 1950 eu sou condenado.
(Barbosa frase extraída do livro “A pátria em chuteiras – novas crônicas de futebol” de Nelson Rodrigues)

Aproxima-se uma nova estreia do Brasil em Copa do Mundo e urge recordar o jogador que sofreu a maior perseguição já afligida por um cidadão brasileiro, falamos do goleiro da Copa do Mundo de 1950, o negro Moacir Barbosa Nascimento. Pode-se perceber pela epígrafe que a declaração de Barbosa assinala a pena de vida à qual foi obrigado a viver até o dia 8 de abril de 2000, data de seu falecimento.

O drama do vitorioso goleiro Barbosa, nascido a 27 de março de 1921 na cidade de Campinas/SP, se deu após o chute fulminante do atacante uruguaio Ghiggia à meta canarinha, o fatídico gol que decretou a derrota brasileira, consagrando a seleção celeste bi-campeã na partida que entrou para a História como Maracanazzo. A tragédia maior do país, presenciada por duzentas mil pessoas, reforçou diversas máximas racistas ao jogador negro, a maior delas, talvez, a de que negro não serve para goleiro. (...)
 
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