domingo, 21 de agosto de 2011

Amosse Mucavele - Cartografia do ecoar e do miar do couto...

CARTOGRAFIA DO ECOAR E DO MIAR DO COUTO OU COMO VIAJAR COM AS 24 (C)OBRAS DO MIA COUTO
de Amosse Mucavele (jovem escritor moçambicano)

Sobre a nossa a Terra disse que ela é Sonâmbula:com muita razão,sabem porquê?

-Porque ela não dorme fica dias e noites de mãos estendidas ao exterior a pedir esmola.

Amigos, num país visto como pobre os dirigentes são tão ricos!,trocam de carros de luxo e gozam de mordómias , mas não tem nem se quer um livro na cabeça.(preocupante não é)

Por isso que digo as nossas elites são incultas (vendem a nossa terra a 30 dinheiros)

Além de tudo que acima croniquei, vejam só o profeta deu-lhes a porção, dada a incompetência deles fizeram tudo ao contrário, deram os venenos ao Deus e os remédios ao Diabo, nestes últimamentes nós o povo, encontramo-nos na berma de nenhuma estrada, sabem, sem onde guardar as nossas súplicas,sem onde pedir clemências, pois o Senhor Deus exilou-se na terra onde reside o Homem que lhe salvou da morte (por envenenamento perpetrado pela nossas elites) dando-lhe antídoto.

Quem me dera là estar com eles debaixo daquela Varanda do Frangipani, a ouvir os Contos do Nascer da Terra.

Do que estar nestas Cidades dos partidos políticos com idades séculares no Governo, e onde os seus dirigentes consideram-se Divindades.

Eu cansei de viver neste País do Queixa Andar,vou-me embora,com um fio amarrado no pescoço(sei que Missangas não me faltarão),pelo caminho irei folhear as páginas desta Casa Chamada Terra e irei remar contra maré deste Rio Chamado Tempo.

Chegado a Uma Terra Sem Amós,constanto que algo mudou,a aldeia cresceu,ja são Vinte as Casas de madeira e Zinco.mas ainda continuamos no Escuro e o Gato Abensonhado pressagia as Estórias do velho.

Alguém disse o velho esta a morrer,o Gato não parava de tocar o Rítmo do presságio:

Retorquiu de novo-a biblioteca esta a arder.

-E eu nos meus Pensatempos confusos,surgiu-me a seguinte a pergunta? como hei-de o ajudar?

-Pensei na Princêsa Russa, cortei a ídeia porque a neve não pode extinguir as chamas,continuei neste pensaraltivo, afinei os meus Silêncios,dentro de mim uma voz uivava “Vou ficando do som das pedras. Me deito mais antigo que a terra. Daqui em diante, vou dormir mais quieto que a morte¹.”pego no machado,pelo caminho vou Traduzindo esta Chuva que molha os ramos da minha alegria,de nada vale continuar aqui,mas ,antes partír deixem-me descolar a Raiz do Orvalho.

Alguém disse-Ah,de nada resultará.de repente as Vozes Anoiteceram,era o ínicio da Chuva Pasmada.

E agora vou me embora mesmo “a procura da outra Pátria esta não me pertence²”,pois O Mar Me Quer,é no mar onde vou pescar o meu sonho de se tornar noutro Pé da Sereia,caso não consiga concretizar este meu sonho,procurarei outra maneira de partír,assím sendo tornar-me-ei no Pensageiro Frequente deste Último Voo do Flamengo que me levarà até a Jesusalém.


Glossário


¹-Mia Couto in A Varanda do Fragipani
²-Celso Manguana in Pàtria Que Pariu
3-todas palavras a negrito fazem parte do acervo bibliogràfico do autor acima referido-Princêsa Russa conto que faz parte do livro Cada Homem é Uma Raça.e outros livros
-No meu País tem um provérbio que diz-um velho que morre é uma biblioteca que arde.
-O gato e o escuro,Cronicando
-Estórias abensonhadas
-O fio das Missangas,....e outros ficam sob alçada do leitor,beijooooos

Fonte: texto gentilmente enviado pelo autor em 12/08/2011.

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