A Selo Negro Edições e a Livraria Martins Fontes - Paulista promovem, em São Paulo, no dia 20 de julho, quarta-feira, das 19h às 21h30, a noite de autógrafos do livro A Legião Negra - A luta dos afro-brasileiros na Revolução Constitucionalista de 1932. Nesse romance histórico, o jornalista Oswaldo Faustino aborda uma faceta pouco conhecida da história nacional: a participação voluntária de um grande número de afro-brasileiros na Revol ução Constitucionalista de 1932, contra o regime de Getulio Vargas a quem, contraditoriamente, grande parte desses combatentes reverenciava como “pai dos pobres”. A livraria fica na Av. Paulista, 509 (próxima à estação Brigadeiro do metrô). A ideia para o livro surgiu quando o ator Milton Gonçalves contou a Faustino que gostaria de fazer um filme sobre a Legião Negra e pediu ao escritor que pesquisasse o assunto. Recorrendo a documentos e publicações de época, obras acadêmicas e entrevistas com familiares dos combatentes, Faustino entrou em contato com a história de personagens reais que, no romance, interagem com os concebidos pelo autor. A pesquisa permitiu-lhe também reconstruir o contexto social, cultural e econômico da São Paulo da década de 1930 – ora em situações conflituosas ora em aparente harmonia se interrelacionavam paulistas quatrocentões, negros, mestiços, imigrantes europeus e migrantes oriundos principalmente de estados do Nordeste. Cada qual com seus costumes e em espaços determinados, é verdade. Aos negros e pardos restavam apenas os cortiços, porões e subúrbios, as rodas de tiririca, o jogo ilegal e os biscates.
O livro começa apresentando ao leitor o centenário Tião Mão Grande, que nos dias de hoje relembra sua participação, como voluntário, na Revolução de 1932. Sua memória recupera episódios e personagens que mudaram sua vida e a dos paulistas para sempre: alguns reais, como Maria Soldado, empregada doméstica que decidiu engrossar as fileiras revolucionárias; o advogado Joaquim Guaraná Santana e o grande orador Vicente Ferreira; outros fictícios, mas inspirados em arquétipos históricos, como Teodomiro Patrocínio, protegido de uma rica família que de início renega a ascendência africana e a negritude, mas depois se torna um grande líder militar da Legião Negra; Luvercy, jovem negro alistado contra a vontade pelo próprio pai, também combatente de ideais patrióticos; John, um jamaicano foragido dos EUA, que também participava das lutas antirracistas e convivia com pensadores naquele país, como seu conterrâneo Marcus Garvey.
A cada capítulo, Faustino recria os valores de uma época pautada pelo patriotismo, mas também por um intenso preconceito racial. Um dos méritos do livro é mostrar que, apesar de alijados de direitos e com chances mínimas de ascensão social, milhares de negros aderiram a uma causa estranha à sua realidade – causa que, embora justa, traria ínfimas mudanças à sua situação de excluídos.
Para saber mais sobre o livro, acesse: http://www.gruposummus.com.br/detalhes_livro.php?produto_id=1273
Fonte: e-mail enviado por Selo Negro em 4 de julho de 2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário