terça-feira, 31 de maio de 2011

Maria Celestina Fernandes – As Amigas em Kalandula (livro infantil angolano)


Maria Celestina Fernandes – As Amigas em Kalandula (livro infantil angolano)
Por Ricardo Riso

Agradecimento especial à autora.


O merecido reconhecimento da diversificada obra de Maria Celestina Fernandes para o público infanto-juvenil atingiu um dos seus melhores momentos com o livro As Amigas em Kalandula, ilustrado pelo competente Victorino Kiala e editado pelo Instituto Nacional das Indústrias Culturais de Angola no ano passado. Por isso a justa escolha do Prêmio Literário Jardim do Livro Infantil em sua edição de 2010, consagrando Celestina Fernandes como das principais partícipes na formação literária dos pequenos angolanos. Afinal, já são mais de dez títulos para este segmento desta autora nascida no Lubango, Angola, em 1945, que também atua na poesia, romance e crônica. Devido à longa trajetória, recebeu o prêmio de Mérito do Ministério da Cultura de 2009.


A contagiante narrativa de As Amigas em Kalandula tece uma viagem de magia e sonhos por meio da palavra, da palavra oral tal como um griot, o narrador de Fernandes possui extrema habilidade ao não se distanciar, oferecendo com maestria o espaço adequado para os seus apontamentos e para as falas das personagens dando vida ao que narra. É nesse fio envolvente da tradição oral que a autora a reinventa e a transpõe para a literatura infantil. Esse procedimento remete ao que Walter Benjamin aponta em “O narrador”, no qual o intelectual afirma que “contar histórias sempre foi a arte de contá-las de novo”, e aqui deparamo-nos com o encantamento da narrativa escrita de Celestina Fernandes que se aproxima ao máximo de uma narrativa oral.


O enredo é simples e fascinante: um pequeno grupo de formigas encanta-se com uma matéria de televisão sobre as quedas d’água de Kalandula, um dos pontos turísticos de Angola. Devido à distância, sonham com a possibilidade de conhecerem o lugar e contam com a ajuda de duas rãs para procura uma maneira de fazer a viagem de Luanda ao lugar paradisíaco. A solução encontrada para a travessia é que as formigas embarquem em uma caravana rumo a Kalandula. Dessa maneira chegam às quedas d’água e para felicidade completa o passeio ganha novo itinerário, dirigindo-se às grandes pedras negras de Pungo Andongo. Ao final, a plena satisfação com a viagem e o retorno para Luanda.


A beleza da narrativa de Celestina Fernandes se dá com a valorização dos aspectos geográficos angolanos durante a descrição da travessia até Malange e a vegetação tropical, o cruzamento por riachos e rios como o grande Kwanza e o rio Lucala (o rio das quedas); as observações que estimulam a atenção para as diferenças, inclusive para aspectos sociais, e incentivam o olhar aguçado dos pequeninos por causa das “várias localidades, umas mais pitorescas, outras mais povoadas, umas mais pobres de arvoredo e de plantações e por todo o lado as pessoas sorriam, até as crianças de aspecto mais debilitado sorriam” (p. 14). O deslumbramento com a visão das quedas d’água, o arco-íris que se forma e a visão das grandes pedras negras de Pungo Andongo, além da imponência das pedras trata-se de um lugar mítico em razão das possíveis pegadas da rainha Njinga Mbandi, célebre por sua luta de resistência contra o colonialismo português.


Outro ponto de destaque é a empolgação com a paz oriunda pelo fim da guerra registrada nos comentários dos personagens humanos, deslumbrando um futuro próximo com a possibilidade do turismo e de que outras pessoas possam cruzar o país e conhecer Kalandula: “Estou mesmo a imaginar a quantidade de pessoas que virá até estas bandas quando melhorarem as condições (...)/ – Ah! Vai ser mesmo turismo a sério.../ – Será, com a santa paz tudo é possível, senão não estaríamos aqui tão à vontade!” (p. 19). Fato de igual emoção repete-se diante da maravilha que é contemplar as pedras negras, a consequente valorização do país incentivando as crianças a conhecerem o sítio e assim acarinhar a autoestima dos jovens angolanos: “Que espanto! Adorei ver as grandes quedas da nossa terra, mas a verdade é que existem outras cataratas pelo país e no estrangeiro, agora estes monstros assim, não sei se voltarei a encontrar coisa parecida em algum lugar...” (p. 22)


Por outro lado, a narrativa não deixa de mencionar algumas mazelas do país como as marcas de dor de um passado ainda recente, presente na estupidez violenta das minas, que permanecem na memória coletiva ainda se curando das fraturas daquele tempo: “Meninas, cuidado hein! Olhem bem onde pisam, pode haver ainda minas por aqui, estão a ouvir? – e foi com toda a precaução que circularam pelos sítios mais afastados.” (p. 17); e sociais, como a combinação inadequada de consumo excessivo de bebidas alcoólicas e trânsito: “Que loucura! Ainda há a estrada de regresso e essa gente nunca mais pára de beber? É por isso que a festa acaba muitas vezes em choro e lamentações, que bem poderiam ser evitados se acatassem o conselho ‘beber ou conduzir há que escolher’” (p. 20).


Para além do exposto acima, ficamos sabendo um pouco do comportamento das rãs e das formigas, do trânsito caótico de Luanda e a “condução do arranca-trava, trava-arranca...” Ou seja, estamos diante de uma narrativa rica, diversificada e encantadora. Envolvente na perseverança do sonho e na alegria em realizá-los, fascinante nas manifestações de contentamento diante das belezas das diferentes paisagens de Angola a estimular as crianças, por conseguinte os adultos, a conhecê-los. As Amigas em Kalandula de Maria Celestina Fernandes consagra o seu marcante percurso literário com uma história muitíssima bem contada, uma bela homenagem e um convite a conhecermos este exuberante país que é Angola.


As Amigas em Kalandula
de Maria Celestina Fernandes
Ilustrações de Victorino Kiala
Luanda: Instituto Nacional das Indústrias Culturais, Coleção Sol Nascente, 2010.

Maria Celestina Fernandes – Os Dois Amigos (livro infantil angolano)


Maria Celestina Fernandes – Os Dois Amigos (livro infantil angolano)

Por Ricardo Riso

Maria Celestina Fernandes nasceu no Lubango, Angola, em 1945. É membro da União dos Escritores Angolanos e possui uma vasta obra voltada para o segmento infanto-juvenil, dentre os quais destacamos: A Árvore dos Gingongos, A Rainha Tartaruga e As Amigas em Kalandula. Consta na bibliografia da autora em poesia: Poemas e O Meu Canto; os romances Os Panos Brancos e A Muxiluanda; o livro de crônicas, Retalhos da Vida; para além de participação em coletâneas no seu país e no estrangeiro. Celestina Fernandes recebeu o diploma de Mérito do Ministério da Cultura em 2009 e foi vencedora do Prêmio Jardim do Livro Infantil – 2010 com As Amigas em Kalandula.


Em 2010, compondo a coleção Pitanga da União dos Escritores Angolanos, Celestina Fernandes lança Os Dois Amigos, breve narrativa ilustrada por Victorino Kiala. Neste, a grande personagem é um sentimento universal: a amizade. Marito é um menino solitário que “sentia a falta de alguém com quem pudesse falar à vontade, alguém para partilhar as coisas boas e as más que aconteciam no dia a dia”, até que encontra a menina Ju. A afinidade acontece de imediato, durante a conversa falam onde moram, demonstram solidariedade ao compartilhar os doces e frutas que cada um tem. Em seguida, partem para as brincadeiras como o tradicional jogo da kiela e o da macaca. O dia passa, o sol se pondo, chega a hora da despedida e com ele a certeza de que iniciavam uma amizade.


A importância do livro infantil é introduzir a criança no mundo literário, ter a sensibilidade narrativa para cativar e aguçar a curiosidade do pequeno leitor, evitando o didatismo excessivo que subestime a sua inteligência. Por ter a amizade como a protagonista da história, Celestina Fernandes presta uma pertinente contribuição ao valorizar esse sentimento, a importância de saber ouvir e respeitar o outro. Condições que deveriam ser obrigatórias em nossas relações, mas que se tornam cada vez mais distantes de nós em um mundo de celebridades e de competição extrema.


Esse Os Dois Amigos de Maria Celestina Fernandes é um ótimo exemplo de como a literatura pode formar novos leitores e ser uma ferramenta fundamental para a formação do indivíduo com a sua maneira deliciosa de contar uma história, auxiliada pelas criativas e corretas ilustrações de Victorino Kiala, de caprichada e elegante edição, e de uma bem cuidada diagramação – apesar de tímida –, para além de atrair o interesse de um público estrangeiro, como o brasileiro, que se familiariza com as brincadeiras e as frutas angolanas, assim como as expressões em quimbundu inseridas no texto.

Os Dois Amigos
de Maria Celestina Fernandes
Ilustrações de Victorino Kiala
Luanda: União dos Escritores Angolanos, Coleção Pitanga, 2010

Maria Celestina Fernandes – A Rainha Tartaruga (livro infantil angolano)


Maria Celestina Fernandes – A Rainha Tartaruga (livro infantil angolano)
Por Ricardo Riso

A habilidade narrativa de Maria Celestina Fernandes para os pequeninos confirma-se na singela história A Rainha Tartaruga, editada pela INALD no ano de 2008 e ilustrado por Abraão Eba. Já com vários títulos direcionados ao público infantil, Celestina Fernandes possui uma escrita envolvente e precisa que estimula o imaginário do pequeno leitor, para além de passar ensinamentos com leveza e ludicidade.

A história de A Rainha Tartaruga se passa em uma floresta liderada pelo rei Leão, reconhecido por sua liderança sapiente e extrema generosidade. Este organiza o casamento de sua filha com um leão de outra família. Com isso, ficamos conhecendo como é um casamento de acordo com os costumes tradicionais, tais como a data de cerimônia de entrega do alembamento (dote), as festividades que duram dias, os instrumentos musicais como o quissange e a marimba, a comida farta e a “bebida para todos os gostos, desde o maruvo de palmeira à quissângua”, assim como a longa duração das comemorações: cerca de um mês.

O momento de tensão acontece quando a jovem leoa engravida e na hora do parto passa por dificuldades terríveis. Diversas curandeiras de várias partes da floresta vêm socorrer a parturiente, mas sem sucesso. O rei Leão desespera-se, até que por último chega a humilde tartaruga. Valendo-se de “seus dons misteriosos” e conhecimento das plantas medicinais, ela consegue realizar o parto com sucesso e ainda salvar a vida da leoa.

A felicidade do rei Leão é desmedida e com o seu bom coração resolve oferecer o trono à tartaruga, “pois reconhecia nela humildade e sabedoria suficiente para bem desempenhar o cargo”. Diante da insistência do rei, a tartaruga não consegue recusar a proposta. Mesmo com a morte do rei, a tartaruga ainda comandou o reino por longos anos e foi respeitada por todos, vencendo a inveja e a resistência dos animais que não aceitavam a liderança de uma fêmea.

O domínio da narrativa apresentado por Maria Celestina Fernandes impressiona por ter a medida certa de didatismo para as crianças sem importuná-las com lições de moral, mas sim demonstrar que o bom caráter, a generosidade, a humildade e o respeito ao próximo devem compor o cidadão independente de sua origem social.

Apesar de ter um formato agradável, excelentes e simpáticas ilustrações com cores sóbrias de Abraão Eba, o único senão fica para a diagramação sem ousadia e por três páginas seguidas de texto, o que pode tornar a leitura exaustiva para os pequenos que estão iniciando suas aventuras literárias.

Maria Celestina Fernandes nasceu no Lubango, Angola, em 1945. É membro da União dos Escritores Angolanos e possui uma vasta obra voltada para o segmento infanto-juvenil, com destaque para As Amigas em Kalandula, vencedora do Prêmio Jardim do Livro Infantil – 2010. A autora tem livros em poesia, romances, crônicas e participações em coletâneas no seu país e no estrangeiro. Recebeu o diploma de Mérito do Ministério da Cultura em 2009.


A Rainha Tartaruga
de Maria Celestina Fernandes
Ilustrações de Abraão Eba
Luanda: INALD, Coleção Sol Nascente, 2008.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Curso "Alicerces da Voz, Cadências do Verbo" - Edições Toró

Nei Lopes - Dicionário da Antiguidade Africana (lançamento RJ)


Mais uma obra de referência de Nei Lopes.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

José Eduardo Agualusa - Conversas Plugadas (Palestra)


Conversas Plugadas - especial
José Eduardo Agualusa
Língua portuguesa, poder e diversidade cultural

Teatro Castro Alves
07 de junho
19h30

Pela primeira vez, um dos mais importantes autores de língua portuguesa da contemporaneidade, o escritor angolano José Eduardo Agualusa, estará em Salvador discutindo sua obra em evento aberto ao público. Ele é o convidado do projeto CONVERSAS PLUGADAS ESPECIAL, que acontece no dia 07 de junho, a partir das 19h30, na sala principal do Teatro Castro Alves, com o tema Língua portuguesa, poder e diversidade cultural.

A intenção do evento é possibilitar o entendimento e a discussão das noções de língua e literatura que gravitam em torno da obra de José Eduardo Agualusa, em especial em trabalhos como Nação Crioula, romance indicado para integrar o vestibular 2012 da UFBA, e Milagrário Pessoal, seu livro mais recente, em que a língua portuguesa no trânsito entre Angola, Portugal e Brasil é a grande personagem. Além destes dois títulos, Agualusa tornou-se conhecido no Brasil pelo livro O Ano em que Zumbi Tomou o Rio, romance cujo espaço narrativo diaspórico articula-se entre Luanda e o Rio de Janeiro em um produtivo exercício de discussão das questões etnicorraciais, e O Vendedor de Passados, no qual o narrador discute o processo de invenção das tradições individuais e coletivas que constituem subjetividades estratégicas no espaço nacional angolano. Além do evento no TCA, o escritor também participa do lançamento de Milagrário Pessoal, no dia 09 de junho, na Livraria Cultura, com uma mesa redonda com professores da Universidade Federal da Bahia e Unijorge.

O CONVERSAS PLUGADAS ESPECIAL com José Eduardo Agualusa é uma realização da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) - através do Instituto de Letras (ILUFBA) e do PPGLitCult -, e da UNIJORGE, com apoio da Rede Bahia.

A entrada é gratuita, mas é preciso retirar pré-convites no SAC do Shopping Barra ou na bilheteria do TCA até às 19:00 do dia do evento. Entrada sujeita a lotação do Teatro.

SERVIÇO
O que: Conversas Plugadas Especial - José Eduardo Agualusa
Onde: Sala Principal do TCA
Quando: 07 de junho, 19h30
Quanto: Gratuito (retirar pré-convites na bilheteria do TCA ou SAC)
Realização: SECULT/UFBA/Unijorge – Apoio Rede Bahia
 

Abdias do Nascimento - Sonhos não envelhecem de luto

Faleceu hoje (dia 24/05) pela manhã Abdias do Nascimento.

Poeta, político, artista plástico, jornalista, ator e diretor teatral, Abdias foi um corajoso ativista na denúncia do racismo e na defesa da cidadania dos descendentes da África espalhados pelo mundo (cf. Correio Nagô).
Ex-militante da Frente Negra Brasileira, Fundador do Teatro Experimental do Negro, do qual fez parte, dentre outras atrizes e atores, Ruth de Souza, ex-deputado federal e ex-senador, Abdias deixa um legado de luta e dignidade, que é preciso manter vivo, seja por meio da leitura de seus livros, seja aprendendo com sua atitude de insubordinação ou por meio da discussão de seus ideais humanitários.

Axé, Abdias, vivo sempre em nossa memória!

Para saber um pouco mais sobre a vida desse ícone do movimento negro, é fundamental a leitura da maravilhosa biografia feita por Éle Semog, publicada pela Editora Pallas: Abdias - o Griot e as Muralhas.

Dois vídeos também mostram um pouco a face humana e a história desse ativista:
http://www.youtube.com/watch?v=kjT-nbvV0uE
http://www.youtube.com/watch?v=fvSvdDwvVaw&feature=related
 
 
fonte: quilombhoje, e-mail de 24 de maio de 2010.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Cuti - Lima Barreto (Retratos do Brasil Negro)


Informamos que o livro "LIMA BARRETO", de Cuti, da coleção Retratos do Brasil Negro já está à venda nas melhores livrarias. Mais informações no site da Selo Negro Edições, pelo telefone (11) 386 5-9890 (11) 3865-9890 ou pelos e-mails listados no final da mensagem.

Lima Barreto (1881-1922) é um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos. Duramente rechaçado pelos críticos de sua época – por usar uma linguagem coloquial e criticar abertamente a sociedade hipócrita e racista de então –, entrou para a galeria dos “malditos”. Autor de obras-primas como Triste fim de Policarpo Quaresma e Recordações do escrivão Isaías Caminha, produziu romances, novelas, contos, crônicas e diários. Vítima de preconceito por ser negro e pobre, só teve a obra reconhecida décadas após sua morte. O livro analisa a produção de Lima Barreto e mostra a atualidade dos problemas que ele apontou no início do século XX.

Esta obra faz parte da Coleção Retratos do Brasil Negro, coordenada por Vera Lúcia Benedito, mestre e doutora em Sociologia/Estudos Urbanos pela Michigan State University (EUA) e pesquisadora dos movimentos sociais e da diáspora africana no Brasil e no mundo. O objetivo da Coleção é abordar a vida e a obra de figuras fundamentais da cultura, da política e da militância negra. Outros volumes: Abdias Nascimento • Lélia Gonzalez • Luiz Gama • Nei Lopes • Sueli Carneiro • João Cândido.

***

Cuti, pseudônimo de Luiz Silva, é formado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Teoria da Literatura e doutor em Literatura Brasileira pelo Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Foi um dos fundadores da organização literária Quilombhoje e um dos criadores e mantenedores da série Cadernos Negros. É autor de obras como Poemas da carapinha (1978); Dois nós na noite e outras peças de teatro negro-brasileiro (1991); Moreninho, neguinho, pretinho (2009, ensaio); Poemaryprosa (2009, poemas); Literatura negro-brasileira (2010).

.

Para mais informações sobre o livro, acesse o endereço http://www.gruposummus.com.br/detalhes_livro.php?produto_id=1262  

Para ler as primeiras páginas do livro, acesse o endereço http://www.gruposummus.com.br/indice/40051.pdf . (Para visualização do arquivo PDF, é necessário ter instalado o software Adobe Acrobat Reader em seu computador. Caso não tenha, clique aqui para efetuar o download do software gratuitamente direto do site da Adobe.
 
Fonte: e-mail da Selo Negro Edições de 11 de maio de 2011.

Semana da África em São Paulo e Salvador

XIII SEMANA DA ÁFRICA 2011 - SP


A XIII SEMANA DA ÁFRICA 2011 está programada do dia 25 ao dia 28 de maio e contará com atividades culturais, recreativas e de reflexão, envolvendo mesas-redondas, cursos, exposição, projeção de filmes e o Prêmio Kabengele Munanga sobre temas voltados para a África. O evento, organizado pela ONG Fórum África, já é tradição neste mês, quando se comemora, em 25 de maio, o dia da África.

O evento tem caráter sociocultural e visa a desconstrução dos estereótipos criados sobre a África, e a construção de um novo olhar sobre a população africana.

Abaixo segue a programação. Durante o evento você também poderá encontrar os livros do Quilombhoje.

ABERTURA OFICIAL DA XII SEMANA DA ÁFRICA
África: expressões culturais, diáspora e criatividade.

ABERTURA:
Prof. Dr. Saddo Ag Almouloud (PUC/SP) - Presidente do Fórum África
Prof. Dr. Kabengele Munanga (USP) - Presidente de Honra de Fórum África
Prof. Dr. Boni Yavo (Universidade Nove de Julho) - Presidente de Honra de Fórum África
Sr. Antonio Donato, Vereador da Câmera Municipal de São Paulo
Deputado Estadual José Cândido – São Paulo-SP
Deputado Estadual Simão Pedro – São Paulo-SP
LOCAL: Câmara Municipal de São Paulo - Viaduto Jacareí, 100 - Bela Vista, 1º andar.
DATA: quarta-feira 25/05/2011 HORÁRIO: 19h00

DEBATES E REFLEXÕES
CONVIDADOS
Excelência Sr. Ibrahim Gaye Cônsul Honorário do Senegal em Belo Horizonte, Diretor Centro Cultural Casa África

CURSO COORGANIZADO COM O CEA-USP:
África: expressões culturais, diáspora e criatividade.
De Quinta-feira a Sábado - de 26 a 28 de maio de 2011
LOCAL: USP - Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 - Cidade Universitária. Prédio de Filosofia e Ciências Sociais da FFLCH-USP
As inscrições serão prévias e o curso dará direito a certificado de participação.

PROGRAMAÇÃO DO CURSO
TEMA 1: O desafio da proteção e promoção da diversidade das expressões culturais do mundo negro
LOCAL: USP - Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 - Cidade Universitária. Prédio de Filosofia e Ciências Sociais da FFLCH-USP, Sala 119
DATA: Quinta-feira: 26 de maio
HORÁRIO: das 14h00 às 17h00.
CONVIDADO: Prof. Dr. Salloma Salomão Jovino da Silva
Departamento de História do Centro Universitário Fundação Santo André
Coordenador: Pr. Dr. Kabengele Munanga - USP

==============================

TEMA 2: Contribuição da África e sua diáspora à ciência e patrimônio da humanidade
LOCAL: USP - Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 - Cidade Universitária. Prédio de Filosofia e Ciências Sociais da FFLCH-USP, Sala 111
DATA: Sexta-feira, 27/05/09
HORÁRIO: das 14h00 às 17h00.
CONVIDADO: Prof. Dr. Acácio Sidnei Almeida Santos
Departamento de Antropologia da PUC/SP
Coordenador: Prof. Dr. Boni Yavo - UNINOVE

=================================

Tema 3: Criatividade, criadores africanos.
CONVIDADA:
Profa. Dra. Marta Heloísa Leuba Salum (Lisy Salum)
Divisão Científica / Etnologia Africana
Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo
Coordenador: Sr. Meite Hamadou
LOCAL: USP - Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 - Cidade Universitária. Prédio de Filosofia e Ciências Sociais da FFLCH-USP, Sala 18
DATA: Sábado, 28/05/2011
HORÁRIO: das 09h00 às 12h00

PREMIO KABENGELE MUNANGA
LOCAL: USP - Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 - Cidade Universitária. Prédio de Filosofia e Ciências Sociais da FFLCH-USP - Sala 8
DATA: Sábado, 28 de maio de 2011
HORÁRIO: Das 14h00 às 17h00.

Apresentação em forma de sessões coordenadas, seguidas de debates sobre os trabalhos selecionados para concorrer ao prêmio.

SHOW DE BUKASSA KABENGELE
DATA: 28/05/2011 HORÁRIO: 20h00
LOCAL: Biblioteca Alceu Amoroso Lima – Rua Henrique Schaumann, 777, São Paulo - SP
COQUETEL E PREMIAÇÃO: 19h00

JANTAR BAILE
O encerramento das atividades será um jantar de confraternização, com pratos típicos de diversos países africanos; Música africana.
DATA: 11 de junho de 2011 às 21h00


-----------------------x-----------------------


V SEMANA DA ÁFRICA DE 23 A 25 DE MAIO DE 2011
Tema: Bahia: a revisitação das matrizes civilizatórias africanas na diáspora
www.vsemanadaafrica.com.br

PROGRAMAÇÃO
ABERTURA:
Local: Auditória da Reitoria da UFBA – Canela
DIA: 23 de Maio (segunda–feira)
17h20–Recepção
18h00– Sessão solene de abertura da Semana da África
Msc. Augusto Cardoso - Comissão Organizadora
Drª. Reitora Dora Leal Rosa
Dr. Fernando Schmidt
Dr. Almiro Sena
Dr. Reitor Lourisvaldo Valentim
Dr. Marcio Meireles
Dr. Jaime Sodré
Dr. Mamadu Lamarana Bari

Saudação musical:
Kainã e Luisinho do Jeje
Srª. Wil Carvalho e Dão – Hino Nacional Brasileiro
Coral do Colégio Estadual Renan Baleeiro
Dudu Rose – Senegal

Palestrante: Prof. Dr. Jaime Sodré

DIA 24 DE MAIO (TERÇA–FEIRA)
SESSÕES TEMÁTICAS
Local: Faculdade de Economia / Auditório UFBA – (Praça da Piedade)
MESA – 01
9h00 – 10h30
Prof. Dr. Ubiratan Castro – Semelhanças Civilizatórias Bahia África
Prof. Jorge Portugal – A civilização Africana e a Diáspora na Educação
Profa. Myriam Fraga – A África em Jorge Amado
Prof. Dr. Lívio Sansone – UFBA e Estudantes Africanos
Prof. Dr. Mamadu Lamarana Bari– A experiência Africana na Bahia
Moderadora: Milene de Macedo Sena - Especialista - educação–UFBA

Intervalo: 10h30 – 11h00

Mesa - 02
11h00 – 12h30
Dr. Rogério Andrade Barbosa – Contos Tradicionais Afro-brasileiros e a Educação
Sra. Cleidiana Ramos – A cobertura jornalística africana na Bahia e no Brasil
Dr. Elias Sampaio – Redes sociais e a civilização Afro-baiana
Dr. Eraldo Moura Costa – A cooperação baiana no campo da saúde para África
Poeta José Carlos Limeira – uma poética africana e uma poética Afr-Baiana
Moderadora: Ardjana F. Rubaldo (Mestranda - Estudo Feminista-UFBA)

12h30 – 1h30 – Almoço

Mesa – 03
1h30 – 15h00
Profª. Msc. Vilma Reis – Papel civilizatório das mulheres: África e Bahia
Dr. Hippolyte Brice Sogbossi - Etnicidade e culturas na África e sua importância na Diáspora.
Dr. Paulo José Gonçalves de Souza – UNEB e os estudantes africanos.
Dr. Ailton Ferreira – SEMUR- Salvador e a ação civilizatória africana.
Msc. Victor Insali – África e Direitos humanos - Guiné-Bissau
Moderadora: Cremilde Alves – (Mestranda Sociologia –UFBA)

15h00 – 15h30 - Intervalo

SESSÃO DE COMUNICAÇÃO
15h30 – 18h00
Apresentação de trabalhos pelos estudantes
Moderadora: Lidiane Duarte Varela (Graduanda Odontologia - UFBA)

DIA 25 DE MAIO
9h00 – 11h30
Dr. Rogério Andrade Barbosa – A literatura e contos tradicionais afro-brasileiros e africanos.
Victor Insali – Carta Africana - Guiné-Bissau
Dr. Nirlene Nepomuceno - Universo da diáspora afro-latino-caribenha
Prof. Msc. Camilo Afonso - Cooperação África e Bahia
Prof. Dr. Claudio Furtado - Pensamento Africano
Profª. Drª. Maria de Lurdes Siqueira - Ação civilizatória das mulheres africanas na Diáspora.
Moderador: Eduardo Carneiro (Eng. Civil – UNIFACS)

ENCERRAMENTO
15h00
A Colaboração Culturais Brasil África
Dr. Albino Rubim – Intercâmbios Culturais e real Colaboração Brasil África
Apresentação Cultural dos Estudantes Africana (Dança da Família)
SEMENTE DO FUTURO

DIA 28 DE MAIO (sábado)- VILA VELHA - CRIANÇAS
- GRIOT / GRIÔS
9h00 – 11h00
Grupo de Teatro da Biblioteca Infantil Monteiro Lobato
Estudantes Africanos Contadores da Historia (GRIOT / GRIÔS)

Fonte: Quilombhoje, dia 23 de maio de 2011.

domingo, 15 de maio de 2011

PALESTRA E LANÇAMENTO DE "CABO VERDE: ANTOLOGIA DE POESIA CONTEMPORÂNEA"

DIA 19 de maio, às 19h, no Campus Millôr Fernandes - Universidade Estácio de Sá/Rio de Janeiro, ministrarei a palestra para os alunos do curso de Letras: A POESIA DE CABO VERDE. Na sequência haverá o lançamento de “Cabo Verde: antologia de poesia contemporânea”, de Ricardo Riso (Organizador).


Ano III, nº 13 – maio de 2011 – ISSN 1983-2354

CABO VERDE: ANTOLOGIA DE POESIA CONTEMPORÂNEA
António de Névada – Carlota de Barros – Danny Spínola – Dina Salústio – Filinto Elísio – José Luis Hopffer C. Almada – Margarida Fontes – Maria Helena Sato – Mario Lucio Sousa – Oswaldo Osório – Paula Vasconcelos – Vasco Martins – Vera Duarte


ILUSTRAÇÕES
Abraão Vicente e Mito Elias

ORGANIZAÇÃO
Ricardo Riso

Campus Millôr Fernandes - Universidade Estácio de Sá
Rua Dias da Cruz, 255/3º piso - Méier (Shopping Méier)

Artiletra (editora de Cabo Verde) - livros na Kitabu (RJ)

Curso Mitologias Africanas e Afro-brasileiras na Sala de Aula

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Cuti - Teses (poema)

TESES

quantas doses de samba
cabem numa garrafa de pinga?

com quantas evasivas
se costura a fantasia
duma escola de samba?

quantas dores de escravo
tecem o macacão operário?

com quantos chicotes
se fez o milionário?

quantos 20 de novembro
o 13 de maio matou?

quanto ódio
há sincretizado
no racismo "democrático"?

quantas perguntas no enredo
ainda faltam?

Cuti. In: Negroesia - antologia poética. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2007. p. 71

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A Irreverência de Tchalê Figueira e A Mulher na Formação do Artista, de Manuel Brito-Semedo

Convido para a leitura de A Irreverência de Tchalê Figueira e A Mulher na Formação do Artista, texto apresentado pelo Prof. Manuel Brito-Semedo quando do lançamento de Contos da Basileia (Dada Editora), de Tchalê Figueira, na cidade da Praia, ontem, 10 de maio. Na ocasião, além dos dois supracitados, a mesa foi composta por Filinto Elísio (escritor e cronista) e Giordano Bruno (editor, Dada Editora).



Foto Verónica Ramos Oliveira, Praia FM2 - Rádiu Kultura


Contos da Basileia contém prefácio - Contos da Basileia ou um bom copo de grogue de S. Antão
 - de minha autoria.

Abraços,
Ricardo Riso

POEGRAFIA ao LÊDO IVO*, de Amosse Mucavele (Moçambique)

POEGRAFIA ao LÊDO IVO*
de Amosse Mucavele**

um homem vindo de um lugar pobre e distante das metrópoles, sonhou em um dia alavancar o nome da sua terra natal (Maceió-Alagoas). como os sonhos não envelhecem (R.Riso) continuou firme a trilhar o caminho dos seus sonhos, mas nunca compartilhou com alguém, guardava-os na gaveta da sua cachola.

procurou tantos ofícios e aperfeiçoou-se no oficio de ourives da palavra, lapidou os seus sonhos e lançou-os em forma de IMAGINAÇÕES, e daí percebeu que ter uma ourivesaria precisa de mão-de-obra e material e a título individual não iria conseguir levar avante o projecto, o coletivismo veio átona(nasceu a geração 45).

os sonhos deste homem continuaram fortes como a rocha, altos como o Everest.

colocou um desafio a si mesmo - de deliciar o o mundo e mostrar o quão grande era a LINGUAGEM da palavra que ele fabrica.

este homem nunca teve inspiracão pois a poesia e o sol que brilha no seu dia-a-dia e os SONETOS acontecem À NOITE.

O Brasil tornou-se pequeno, atravessou os céus e foi a PARIS graças às MAGIAS das suas mãos REI da EUROPA reconheceu a grandeza da sua obra.

neste momento eu estou aqui na ESTAÇÃO CENTRAL a espera do trem que traz O UNIVERSO POÉTICO deste homem.


*natural de Maceió-Alagoas expoente da Geração 45, publicou numerosos livros de poesia- As Imaginações (1944), A linguagem (1951), Acontecimento do soneto e ode a noite(1951) ,Um Brasileiro em Paris e o Rei da Europa (1955), Estação central (1964). Também é novelista, contista, cronista e crítico literário, autor do ensaio - O universo poético de Raul Pompeia (1963).


**Amosse Eugenio Mucavel nasceu em maputo aos 8 de julho de 1987,e fez o curso agro-pecuário Instituto Agrário Boane,e membro do movimento literário kuphaluxa,onde coordena o projecto literatura na escola. amosse1987@yahoo.com.br

Poema enviado por Amosse Mucavele em 10 de maio de 2011.