Uma resenha do jornalista e escritor Uelington Farias Alves, autor do livro “Cruz e Sousa: Dante Negro do Brasil”, publicada no caderno literário "Prosa & Verso" (jornal O Globo) para os livros de poesia "Não vou mais lavar os pratos", de Cristiane Sobral, e "InCorPoros - nuances de libido", de Nina Silva e Akins Kinté.
Um espaço dedicado à literatura negro-brasileira, às literaturas africanas de língua portuguesa e demais literaturas negro-diaspóricas
segunda-feira, 30 de abril de 2012
"Não vou mais lavar os pratos" e "InCorPoros - nuances de libido" resenhados por Uelinton Farias Alves
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ANTOLOGIA DE POESIA CABO-VERDIANA CONTEMPORÂNEA - LABORATÓRIO DE POÉTICAS (Ricardo Riso)
Prezadas e Prezados,
Com satisfação apresento outra antologia de poesia cabo-verdiana contemporânea organizada por mim, agora na Revista Laboratório de Poéticas n. 8. A atual pequena edição contempla as poéticas de Filinto Elísio, José Luis Hopffer Almada, José Luiz Tavares e Mário Lucio Sousa.
Agradeço à revista Laboratório de Poéticas e ao poetamigo José Geraldo Neres por oferecerem esse importante espaço para a visibilidade da poesia cabo-verdiana.
A seguir a apresentação da antologia.
Boa leitura para todos e peço ajuda para divulgação.
Ricardo Riso
ANTOLOGIA DE POESIA CABO-VERDIANA CONTEMPORÂNEA - LABORATÓRIO DE POÉTICAS
Apresentação
Ricardo Riso
Esta pequena antologia de poemas apresenta alguns dos substantivos nomes da poesia cabo-verdiana contemporânea. Filinto Elísio, José Luis Hopffer C. Almada, José Luiz Tavares e Mario Lucio Sousa destacam-se no panorama literário e possuem intensa atividade intelectual no arquipélago desde a década de 1980. A produção desses poetas representa as pluralidades estéticas e de estilos, variedade temática e a busca incessante por um verbo depurado, qualidades que norteiam algumas das tendências da poesia em Cabo Verde, mostrando, cada um com suas especificidades, o amadurecimento e a consolidação do sistema literário do país.
A antologia pretende dar a conhecer, ainda que de forma breve, alguns desses poetas, artífices da linguagem, e contribuir para a melhor divulgação da poesia contemporânea de Cabo Verde, ainda de tímida exposição no Brasil. Panorama que se contrapõe à excelente qualidade dos poetas revelados com o país independente, e que aqui trazemos para a apreciação dos leitores. Com isso, estimular um olhar mais atento do público brasileiro para a recente produção poética cabo-verdiana.
Com satisfação apresento outra antologia de poesia cabo-verdiana contemporânea organizada por mim, agora na Revista Laboratório de Poéticas n. 8. A atual pequena edição contempla as poéticas de Filinto Elísio, José Luis Hopffer Almada, José Luiz Tavares e Mário Lucio Sousa.
Agradeço à revista Laboratório de Poéticas e ao poetamigo José Geraldo Neres por oferecerem esse importante espaço para a visibilidade da poesia cabo-verdiana.
A seguir a apresentação da antologia.
Boa leitura para todos e peço ajuda para divulgação.
Ricardo Riso
ANTOLOGIA DE POESIA CABO-VERDIANA CONTEMPORÂNEA - LABORATÓRIO DE POÉTICAS
Apresentação
Ricardo Riso
Esta pequena antologia de poemas apresenta alguns dos substantivos nomes da poesia cabo-verdiana contemporânea. Filinto Elísio, José Luis Hopffer C. Almada, José Luiz Tavares e Mario Lucio Sousa destacam-se no panorama literário e possuem intensa atividade intelectual no arquipélago desde a década de 1980. A produção desses poetas representa as pluralidades estéticas e de estilos, variedade temática e a busca incessante por um verbo depurado, qualidades que norteiam algumas das tendências da poesia em Cabo Verde, mostrando, cada um com suas especificidades, o amadurecimento e a consolidação do sistema literário do país.
A antologia pretende dar a conhecer, ainda que de forma breve, alguns desses poetas, artífices da linguagem, e contribuir para a melhor divulgação da poesia contemporânea de Cabo Verde, ainda de tímida exposição no Brasil. Panorama que se contrapõe à excelente qualidade dos poetas revelados com o país independente, e que aqui trazemos para a apreciação dos leitores. Com isso, estimular um olhar mais atento do público brasileiro para a recente produção poética cabo-verdiana.
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Cidinha da Silva resenha livro de Lande Onawale
Sete: diásporas íntimas – livro maduro de Lande Onawale!
Por: Cidinha da Silva
Ogun iê! Lande Onawale, artífice da ferramenta-palavra na forja do vivido.
Quando cheguei ao segundo conto de Sete: diásporas íntimas (Mazza Edições, 2011) senti que não conseguiria interromper a leitura por nada, tão arrebatada estava. Mas ao concluir o terceiro texto, parei, pois estava sem fôlego e tinha olhos embaçados. Precisei me refazer. Encontrei um autor maduro, de linguagem apurada, com elasticidade textual definida por muita, muita poesia. Mas isso não deveria ser surpresa. Embora tenham um pai cruel e sanguinário, os filhos de Roji que conheço, parecem ter dois corações. Desbordam amor por onde passam e nos levam na correnteza. Lande não é diferente. O ferreiro desses textos é um guerreiro do amor .
“A bailarina”, conto de abertura, dói, profundamente. Mas a narrativa proporciona tempo e espaço para que o leitor processe a dor e a indignação, gerados por expediente racista tão corriqueiro. Os céticos, especialmente, têm tempo narrativo para compreender a discriminação racial sofrida pela bailarina.
“Por sobre as estações” começa assim: No banco da praça, Jorge ancorou a sua nova manhã de angústias. Seus brios de homem, porém, eram donos dos ares, aves agourentas de asas cortantes que atravessam o tempo e os séculos. Eu lia e imaginava o pássaro sombrio de Iyami sobrevoando a cabeça de Jorge. À frente, no texto, Jorge rememora o dia em que ele e Regina se conheceram dentro de uma chuva de confetes. São apenas as primeiras das belas imagens que darão contorno ao texto até que ele exploda em tensão e violência do ciúme machista, da posse e do desespero. As pistas do que está por vir estão no primeiro parágrafo, mas é um conto bom que nos engana e o autor nos surpreende.
“A partida” inicia falando de trens e de seu antigo movimento, enferrujado pelo progresso, até introduzir a partida de um membro de família enraizada no campo, que iria para um grande centro, em busca de vida melhor. Até chegar à definição da partida do filho que se aventura, feita pela mãe: Ademais, isso de ver filho partir é como parir; perdemos tanto da gente, pro pouco que o mundo ganha... O mundo não dá valor... Aos poucos, o sentimento de Justino vai tomando forma, enquanto a compreensão da responsabilidade aumenta. Lembranças das palavras do pai, falecido durante a infância: Não é só a terra que compramos dos brancos que a gente tem que honrar e fazer crescer mais do que eles fizeram. O sobrenome que pegamos deles também... Notem bem, não herdamos, pegamos. O autor visita o amadurecimento forçado de Justino diante d a perda do pai. E isso pesa no momento do ritual de passagem para o grande centro. Na hora de mergulhar definitivamente no mundo adulto, Justino volta a ser criança. A criança que não pôde ser: E ele foi ficando mais moço, mais novo a cada passo e, na soleira da porta, desabou num choro repentino e incontido, que deixou os irmãos atônitos. Com um gesto, a irmã barrou os outros ainda na varanda e Justino foi sozinho, se apoiar nos ombros da mãe.
Não é assim que a vida nos pega? Sabemos que somos capazes de atravessar a grande água, mas crescer dói tanto. Por que é que tem que ser assim? Não sabemos, mas é assim que é! Justino nos dá uma lição singular que talvez não seja percebida como merece: ele sabe ser amado! Só os que sabem sê-lo, permitem, em momentos cruciais, a exposição de fragilidades. Notem bem, fragilidade não é sinônimo de fraqueza. Fragilidade é o desvelamento daqueles sentimentos preciosos e delicados que doem dentro da gente, resguardados por máscaras e muros. Só os fortes se permitem a fragilidade.
E será que os homens negros têm apreendido as lições do amor recebido de maneira mais eficaz do que nós, mulheres negras? É possível que sim. Eles são amados ao longo da vida (por nós, pelo menos), enquanto nós recebemos doses tão diminutas de amor, que não nos acostumamos a ser amadas. Damos e acolhemos de maneira desmesurada e quando o amor se nos apresenta, não sabemos o que fazer, às vezes, sequer o reconhecemos.
É animador observar um homem heterossexual abordando a sensibilidade masculina e isso, mais uma vez, se vê no conto “Veridiana.” O amor não é aquela coisa sublime e inalcançável inventada pelo romantismo. O amor é a oitava superior de um dia duro de trabalho na roça de Veridiana e Romão. O amor é estremecer com o toque daquela mão calejada e áspera no seio, porque aquela é mão desejada do homem amado. O homem que trabalha por amor à família e isso dá um tesão danado. O amor é encher a casa de flores e fazer vingar a inteireza do perfume, mesmo que o amado esteja em dia de jumento. Explico: recordação de Sueli Carneiro citando Arnaldo Xavier “carinho de jumento é coice.” A história de Veridiana e Romão tem muito desta verdade.
“Mukondo” é o retrato da delicadeza e do respeito (próprios de quem vive a energia do N’kice) para tratar da guerra impura travada contra as religiões de matrizes africanas e seus praticantes. É mostra da sensibilidade de quem sabe que em Mukondo não cabem as palavras de ordem do manifesto. Que a linguagem para lidar com os católicos enlutados da história precisa ser diferente daquela que utilizamos no embate político com líderes de igrejas eletrônicas e caça-níqueis, com lobos-pastores de ovelhas, que desrespeitam e agridem, diuturnamente, aqueles que simplesmente mantêm a fé viva em seus N’kices, Voduns e Orixás, por meio do oferecimento de comida, pelo canto e pela dança, num cenário de devoção e alegria.
Taata de N’kice que é, Lande apreendeu de maneira perfeita o que sentem os rodantes nos momentos que antecedem o transe, quando o N’kice avisa: “Vá dormir, que eu vou dançar.”
“Um amor na diagonal” é uma história muito boa, mas tem um ou outro deslize-clichê, frases que uma leitura crítica detida retiraria da pena do poeta: “para essa tarefa prazerosa” ou “tão absorta estava Kinda em seus cálculos.” O texto apresenta certa irregularidade, começa morno, mas, quando engrena torna-se delicioso, como os demais. Exemplo disso é o impagável diálogo de Kinda e Adalberto sobre o cabelo de ambos: Sempre encantado por Kinda, ele (Adalberto) comenta sobre o cabelo dela, antes tímidos e alisados, em contraste com o pixaim que orgulhosamente ostentava. __ Já você... __ diz ela, notando a ausência de seu enorme Black Power. Ele passa mão pela cabeça. __ Pois é... Nessa atividade é bom ser discreto. Entretanto, a tensão do final da história cai com um músculo que estoura. Não é que seja mal arrematado, como a gente vê inúmeros contos por aí, mas o processo poderia ter sido outro que não resultasse em esgotamento muscular. Pareceu-me aqui um escritor cansado de trabalhar determinado texto, quando ele, finalmente conclui que o escrito não ficará melhor do que está e resolve mostrá-lo. Aí está o erro, pois o texto ainda não está pronto e se é assim, que fique mais tempo na gaveta.
“A liberdade contra o peito” é o texto mais fraco do livro, não tem a mesma maestria dos outros para explorar a idéia central, neste caso, a de que os livros e o conhecimento são armas letais contra a ignorância, preconceitos e estigmas.
Sete: diásporas íntimas é do tamanho que deveria ter, nem maior, nem menor. São 8 contos aplicados na Aorta, diretamente. Sete é livro de escritor maduro. De um homem maduro, acima de tudo. A cada dia me convenço mais de que a arte sem vivência é mais pobre, em que pese a consciência de que a legitimidade para abordar determinados temas, não nos torne bons escritores e escritoras por via de conseqüência. Lande tem legitimidade, criatividade, apuro técnico e o tempero do tempo. Dádiva de quem faz o caminho da sabedoria. Se antes, eu o achava um soldado oguniado, premido pela necessidade de construir uma literatura militante, em moldes clássicos (e repetitivos), agora vejo-o como Roji, comandante do exército interior de personagens e paisagens várias, como estrategista de uma tropa que confia plenamente em seu general.
Ogun iê! , Lande!
Ogun iê! Lande Onawale, artífice da ferramenta-palavra na forja do vivido.
Quando cheguei ao segundo conto de Sete: diásporas íntimas (Mazza Edições, 2011) senti que não conseguiria interromper a leitura por nada, tão arrebatada estava. Mas ao concluir o terceiro texto, parei, pois estava sem fôlego e tinha olhos embaçados. Precisei me refazer. Encontrei um autor maduro, de linguagem apurada, com elasticidade textual definida por muita, muita poesia. Mas isso não deveria ser surpresa. Embora tenham um pai cruel e sanguinário, os filhos de Roji que conheço, parecem ter dois corações. Desbordam amor por onde passam e nos levam na correnteza. Lande não é diferente. O ferreiro desses textos é um guerreiro do amor .
“A bailarina”, conto de abertura, dói, profundamente. Mas a narrativa proporciona tempo e espaço para que o leitor processe a dor e a indignação, gerados por expediente racista tão corriqueiro. Os céticos, especialmente, têm tempo narrativo para compreender a discriminação racial sofrida pela bailarina.
“Por sobre as estações” começa assim: No banco da praça, Jorge ancorou a sua nova manhã de angústias. Seus brios de homem, porém, eram donos dos ares, aves agourentas de asas cortantes que atravessam o tempo e os séculos. Eu lia e imaginava o pássaro sombrio de Iyami sobrevoando a cabeça de Jorge. À frente, no texto, Jorge rememora o dia em que ele e Regina se conheceram dentro de uma chuva de confetes. São apenas as primeiras das belas imagens que darão contorno ao texto até que ele exploda em tensão e violência do ciúme machista, da posse e do desespero. As pistas do que está por vir estão no primeiro parágrafo, mas é um conto bom que nos engana e o autor nos surpreende.
“A partida” inicia falando de trens e de seu antigo movimento, enferrujado pelo progresso, até introduzir a partida de um membro de família enraizada no campo, que iria para um grande centro, em busca de vida melhor. Até chegar à definição da partida do filho que se aventura, feita pela mãe: Ademais, isso de ver filho partir é como parir; perdemos tanto da gente, pro pouco que o mundo ganha... O mundo não dá valor... Aos poucos, o sentimento de Justino vai tomando forma, enquanto a compreensão da responsabilidade aumenta. Lembranças das palavras do pai, falecido durante a infância: Não é só a terra que compramos dos brancos que a gente tem que honrar e fazer crescer mais do que eles fizeram. O sobrenome que pegamos deles também... Notem bem, não herdamos, pegamos. O autor visita o amadurecimento forçado de Justino diante d a perda do pai. E isso pesa no momento do ritual de passagem para o grande centro. Na hora de mergulhar definitivamente no mundo adulto, Justino volta a ser criança. A criança que não pôde ser: E ele foi ficando mais moço, mais novo a cada passo e, na soleira da porta, desabou num choro repentino e incontido, que deixou os irmãos atônitos. Com um gesto, a irmã barrou os outros ainda na varanda e Justino foi sozinho, se apoiar nos ombros da mãe.
Não é assim que a vida nos pega? Sabemos que somos capazes de atravessar a grande água, mas crescer dói tanto. Por que é que tem que ser assim? Não sabemos, mas é assim que é! Justino nos dá uma lição singular que talvez não seja percebida como merece: ele sabe ser amado! Só os que sabem sê-lo, permitem, em momentos cruciais, a exposição de fragilidades. Notem bem, fragilidade não é sinônimo de fraqueza. Fragilidade é o desvelamento daqueles sentimentos preciosos e delicados que doem dentro da gente, resguardados por máscaras e muros. Só os fortes se permitem a fragilidade.
E será que os homens negros têm apreendido as lições do amor recebido de maneira mais eficaz do que nós, mulheres negras? É possível que sim. Eles são amados ao longo da vida (por nós, pelo menos), enquanto nós recebemos doses tão diminutas de amor, que não nos acostumamos a ser amadas. Damos e acolhemos de maneira desmesurada e quando o amor se nos apresenta, não sabemos o que fazer, às vezes, sequer o reconhecemos.
É animador observar um homem heterossexual abordando a sensibilidade masculina e isso, mais uma vez, se vê no conto “Veridiana.” O amor não é aquela coisa sublime e inalcançável inventada pelo romantismo. O amor é a oitava superior de um dia duro de trabalho na roça de Veridiana e Romão. O amor é estremecer com o toque daquela mão calejada e áspera no seio, porque aquela é mão desejada do homem amado. O homem que trabalha por amor à família e isso dá um tesão danado. O amor é encher a casa de flores e fazer vingar a inteireza do perfume, mesmo que o amado esteja em dia de jumento. Explico: recordação de Sueli Carneiro citando Arnaldo Xavier “carinho de jumento é coice.” A história de Veridiana e Romão tem muito desta verdade.
“Mukondo” é o retrato da delicadeza e do respeito (próprios de quem vive a energia do N’kice) para tratar da guerra impura travada contra as religiões de matrizes africanas e seus praticantes. É mostra da sensibilidade de quem sabe que em Mukondo não cabem as palavras de ordem do manifesto. Que a linguagem para lidar com os católicos enlutados da história precisa ser diferente daquela que utilizamos no embate político com líderes de igrejas eletrônicas e caça-níqueis, com lobos-pastores de ovelhas, que desrespeitam e agridem, diuturnamente, aqueles que simplesmente mantêm a fé viva em seus N’kices, Voduns e Orixás, por meio do oferecimento de comida, pelo canto e pela dança, num cenário de devoção e alegria.
Taata de N’kice que é, Lande apreendeu de maneira perfeita o que sentem os rodantes nos momentos que antecedem o transe, quando o N’kice avisa: “Vá dormir, que eu vou dançar.”
“Um amor na diagonal” é uma história muito boa, mas tem um ou outro deslize-clichê, frases que uma leitura crítica detida retiraria da pena do poeta: “para essa tarefa prazerosa” ou “tão absorta estava Kinda em seus cálculos.” O texto apresenta certa irregularidade, começa morno, mas, quando engrena torna-se delicioso, como os demais. Exemplo disso é o impagável diálogo de Kinda e Adalberto sobre o cabelo de ambos: Sempre encantado por Kinda, ele (Adalberto) comenta sobre o cabelo dela, antes tímidos e alisados, em contraste com o pixaim que orgulhosamente ostentava. __ Já você... __ diz ela, notando a ausência de seu enorme Black Power. Ele passa mão pela cabeça. __ Pois é... Nessa atividade é bom ser discreto. Entretanto, a tensão do final da história cai com um músculo que estoura. Não é que seja mal arrematado, como a gente vê inúmeros contos por aí, mas o processo poderia ter sido outro que não resultasse em esgotamento muscular. Pareceu-me aqui um escritor cansado de trabalhar determinado texto, quando ele, finalmente conclui que o escrito não ficará melhor do que está e resolve mostrá-lo. Aí está o erro, pois o texto ainda não está pronto e se é assim, que fique mais tempo na gaveta.
“A liberdade contra o peito” é o texto mais fraco do livro, não tem a mesma maestria dos outros para explorar a idéia central, neste caso, a de que os livros e o conhecimento são armas letais contra a ignorância, preconceitos e estigmas.
Sete: diásporas íntimas é do tamanho que deveria ter, nem maior, nem menor. São 8 contos aplicados na Aorta, diretamente. Sete é livro de escritor maduro. De um homem maduro, acima de tudo. A cada dia me convenço mais de que a arte sem vivência é mais pobre, em que pese a consciência de que a legitimidade para abordar determinados temas, não nos torne bons escritores e escritoras por via de conseqüência. Lande tem legitimidade, criatividade, apuro técnico e o tempero do tempo. Dádiva de quem faz o caminho da sabedoria. Se antes, eu o achava um soldado oguniado, premido pela necessidade de construir uma literatura militante, em moldes clássicos (e repetitivos), agora vejo-o como Roji, comandante do exército interior de personagens e paisagens várias, como estrategista de uma tropa que confia plenamente em seu general.
Ogun iê! , Lande!
Fonte: blog da escritora Cidinha da Silva.
domingo, 29 de abril de 2012
I SILIAFRO - I Simpósio Internacional de Literatura Afrolatina
UNIVERSIDADE FEDERAL DE
UBERLÂNDIA
Site do evento: http://www.ileel.ufu.br/siliafro/default.asp
I
SILIAFRO - I Simpósio Internacional de Literatura
Afrolatina
24, 25, 26 e 27 de outubro de
2012
2ª.
Circular
O I SILIAFRO - I Simpósio
Internacional de Literatura Afrolatina - é um evento que tem por objetivo
promover reflexões em torno do estudo sobre as Poéticas Afrolatinas.
Configura‐se, portanto, como um importante
espaço de debates, circulação e fortalecimento da produção intelectual sobre as
artes na Diáspora.O evento se organizará em torno da proposição de conferências com alguns dos principais nomes da área no Brasil e no exterior, mesas-redondas, Grupos de Trabalho, além de comunicações individuais e painéis.
PERÍODO DE INSCRIÇÕES E SUBMISSÕES DE
TRABALHOS:
a) De 01/03/2012 até 30/05/2012 – Para coordenação de Grupo Temático. – Prazo Prorrogado! b) De 12/06/2012 até 12/07/2012 – Para comunicação
c) De 12/05/2012 até 30/07/2012 ‐ Para painéis, comunicações individuais e ouvintes.
d) O coordenador de GT deverá entregar os resumos aprovados até 11/06/2012.
e) A organização do evento divulgará os GTs e seus participantes em 17/08/2012.
Orientações para envio de
propostas de GTs
Coordenador de grupos
temáticos:
Cada
Grupo Temático (GT) deverá ter um máximo de 16 e um mínimo de 6
participantes. Os interessados Os GTs poderão ser propostos por professores doutores em parceira com outros doutores/mestres. Os integrantes de GTs serão pós-graduados nas modalidades strictu e lato – sensu.
Serão aceitas propostas de Grupos de Trabalhos que estejam relacionados com a temática central do evento, pensadas a partir dos seguintes eixos:
1) A Mitologia dos Orixás: Terreiros de Candomblé;
2) Cinema Contemporâneo: Da diversidade étnico-racial,
cultural, política, religiosa e sexual;
3) Diáspora, literaturas: afro-brasileira e
afro-americana;
4) Geografias Literárias: Cartografias
Culturais;
5) Linguagem, Carnavalização,
Dialogismo;
6) Linguagem, Oralidade,
Memória;
7) História e África;
8) Literatura e Filosofia: da condição
“pós-moderna”;
9) Literatura e Semiótica: poéticas
contemporâneas;
10) Literatura e Sociologia: Cenário de Violência contra
a Mulher;
11) Novas Tecnologias, outras mídias, redes
sociais;
12) Quilombos - Quilombolas;
13) Performance, Teatro e Dança, Arte e
Cultura;
14) Práticas Discursivas, Alteridades, Etnias, Gênero,
Sexualidade;
15) Infância, violência,
pós-colonialismo;
16) Ensino
de Literaturas Africanas, Afrobrasileira e
Afrolatina.
ATENÇÃO! As dúvidas sobre o I
SILIAFRO deverão ser encaminhadas para o seguinte endereço: siliafro@gmail.com
A COMISSÃO
ORGANIZADORA
Uberlândia/Minas Gerais/Brasil, 16
de abril de 2012
Fonte: e-mail gentilmente enviado pela Profª Cintia Camargo Vianna (Profª Adjunta de Língua Espanhola e Literaturas de Língua Espanhola NEAB/UFU) em 24 de abril de 2012.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Lívia Natália - Revista Laboratório de Poéticas n. 9
O nº 9 da Revista Laboratório de Poéticas acaba de sair com poemas de alguns escritores e escritoras baianas, dentre eles, Lívia Natália, ganhadora do concurso literário 2011 do Banco Capital, com o livro Água Negra.
Texto de Henrique Freitas (adaptado).
Texto de Henrique Freitas (adaptado).
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Lande Onawale - 1ª vez na Kitabu Livraria Negra
O escritor baiano Lande Onawale autografará pela primeira vez seus livros na Kitabu Livraria Negra. Na ocasião, o autor apresentará os recentes livros de contos, Sete: díásporas íntimas, e de poesia, Kalunga (poemas de um mar sem fim).
Lande Onawale participou de várias edições de Cadernos Negros, publicou o livro de poesia O vento e está incluído na antologia Literatura & Afrodescendência, organizada pelo Prof. Dr. Eduardo de Assis Duarte.
Dia 2 de maio de 2012, às 18h
Kitabu Livraria Negra
Rua Joaquim Silva, 17 - Lapa
Rio de Janeiro
terça-feira, 24 de abril de 2012
Cotas já!
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educação,
Lei 11.645/08,
Racismo
sábado, 21 de abril de 2012
Expectativa para terça-feira. Participarei de debate no Fiocruz - Canal Saúde, cujo tema será "Africa-Brasil: tradição, identidade, contemporaneidade", no qual falarei sobre as literaturas dos países africanos de língua portuguesa. Será no Museu Histórico Nacional onde está a exposição de fotos "Hereros", de Sérgio Guerra, brasileiro radicado em Angola e um dos participantes.
Em breve informarei o link do site com o debate disponível.
Ricardo Riso
domingo, 8 de abril de 2012
domingo, 1 de abril de 2012
Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva - Entre Brasil e África (livro)
Entre Brasil e África: construindo conhecimento e militância
ISBN: 9788571605510
Autor(es): Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva
Ilustrador(es):
Dimensões: 14 x 21 cm - NºPág.: 176
Sinopse
O que foi revelado em "Entre Brasil e África: construindo conhecimento e militância" pode ser visto como o convite à vida feito por uma intelectual comprometida com os princípios da fraternidade e da justiça social. E, ainda, como a demonstração de que na luta (tantas vezes dura) pelo bem-estar de todos a ternura e a inteligência são a maior força de qualquer natureza.
A professora Petronilha Beatriz Gonçalvez e Silva é doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Pós-Doutora em Teoria da Educação Pela University of South Africa, Pretoria, África do Sul. Indicada pelo Movimento Negro foi conselheira da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, mandato 2002-2006. É coordenadora do Grupo Gestor do Programa de Ações Afirmativas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Patrícia Santana - Cheirinho de neném (livro)
Patrícia Santana - Cheirinho de neném
ISBN: 9788571605503
Autor(es): Patrícia Santana
Ilustrador(es): Thiago Amormino
Dimensões: 21 x 21 cm - NºPág.: 24
Sinopse
O livro "Cheirinho de neném" fala da emoção de se receber um novo irmãozinho. Ao contrário do ciúme, medo e insegurança que muitas crianças sentem quando chega o irmão e a irmã, para o personagem do livro o sentimento é de comemoração e alegria. É inspirado em Víctor, filho da autora, que aguardou ansiosamente o nascimento de sua irmã.
Zila Bernd - Antologia de Poesia Afro-brasileira (livro)
Antologia de Poesia Afro-brasileira, Zila Bernd (Org.) ISBN: 9788571605527 Autor(es): Zilá Bernd Ilustrador(es): Dimensões: 16 x 23 cm - NºPág.: 288 |
Sinopse "... nossos leitores, especialmente os mais jovens, terão novamente a seu alcance uma expressiva amostra da força do verso e da energia infinda do poema afro-brasileiro, com seu leque sempre aberto de sentidos. E, em especial, a chance de mergulharem no canto intenso, pleno de leza e lições, que nos têm legado os poetas brasileiros afrodescendentes". Eduardo Assis Duarte |
Fonte: http://www.mazzaedicoes.com.br/detalheobra.php?l=153
I SILIAFRO - Seminário Internacional de Literatura Afrolatina
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educação,
Eventos,
Lei 11.645/08,
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Seminário Racismo e Antirracismo na educação básica do Rio de Janeiro (UERJ)
Luiz Fernandes de Oliveira - História da África e dos Africanos na Escola
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