domingo, 18 de novembro de 2012

Agenda Mulher Negra mostra sua Cara 2013


Wole Soyinka em Salvador


Literatura africana na sala de aula

Segue o link da matéria Literatura africana na sala de aula:
 
 
Inquietações deste blogueiro após ler a matéria.
 
A revista Nova Escola acaba de publicar uma matéria com o título, Literatura africana na sala de aula, de autoria do Prof. André Rosa, inserida no especial CONSCIÊNCIA NEGRA. Para além de tratar as literaturas de todo um continente no singular, pois gostaria de saber de qual literatura africana o prof. menciona (ou será que ficaríamos felizes se a nossa literatura fosse incluída sob o enorme guarda-chuva de literatura americana?), será que não causou nenhum ruído ao autor da matéria e à revista que todos os autores africanos citados são brancos? Não é um especial de CONSCIÊNCIA NEGRA? Será que negros não são escritores no continente africano? Por que escritores euro-descendentes precisam legitimar as literaturas africanas?
Além dessas pequenas questões, irrelevantes para alguns, dá para perceber o privilégio de determinadas editoras, pois os autores citados em sua maioria constam do catálogo daquela que talvez seja a maior editora do país, mas que não tem nenhum interesse em trabalhar com a lei 10.639/2003. Com um olhar um pouquinho além da ponta do nariz, o autor da matéria poderia perceber que existem editoras negras no país, publicando autores negros... ou se fosse o caso de falta de tempo, ou preguiça, talvez desconhecimento (creio que não), o autor poderia vasculhar o próprio catálogo da maior editora e encontraria Paulina Chiziane, Chimamanda Adichie, Chinua Achebe... Com um pouco mais de interesse, vasculhando outras editoras, descobriria Tânia Tomé, Nelson Saúte, Amélia Dalomba, Kandjila, José Luiz Tavares, Odete Semedo, Abdulai Sila, José Craveirinha... Ou seja, um especialista para a matéria evitaria esse alvo equívoco.
Ricardo Riso
 

domingo, 4 de novembro de 2012

Curso Literaturas Africanas e afro-brasileira em SP


A doutoranda em Estudos Comparados da USP, Luana Antunes Costa ministrará o curso acima. Competência e qualidade com pegada preta. 

Emmy Xyx - Contar Ser Gregos (lançamento)


Lançamento do livro da poetisa moçambicana Emmy Xyx, Contar Ser Gregos, em Maputo.




Contar ser gregos
 
Contar um dia ser gregos
Contar segredos infinitos
um por um, viver do rego
em chuva de meteoritos

 
A gregória vem sem glória
nesta quinta categoria
contar ser gregos ou contar a história
fica-se nesta alegoria
 
Ser grego quem conta sem medo?
Conta em que canto a saia curta?
Consta que santo perdeu e cedo
segrega ao poente a gula fruta.
 
Crer segredos
impôr degredos
comungar de gregos
desencontrar medos
desapontar dedos
segregar toledos
contar cem gregos.

sábado, 3 de novembro de 2012

Excelente programa sobre as literaturas negras na diáspora coordenado por Allan da Rosa, À BEIRA DA PALAVRA, na rádio USP FM. Segue abaixo a programação de novembro. Recomendadíssimo!




GUINÉ-BISSAU, APELO URGENTE

Prezadas e Prezados,

a situação de Guiné-Bissau não alcança a estabilidade e a paz para os seus cidadãos, obrigados a conviver com o medo e a cobiça de militares sanguinários. Leiam e divulguem o texto abaixo, por favor.
Ricardo Riso

Amigos,
como nao tenho sossego, mando ainda esse apelo que, um pouco por cerimônia, nao tinha acrescentado no email anterior de ontem.
GUINÉ-BISSAU, APELO URGENTE

Mais de um milhão de guineenses estão reféns de um grupo de militares telecomandados, enviados para assustar, torturar, humilhar, e matar guineenses... Temos sido sacudidos e violentados, usurpam e tolhem-nos os nossos direitos, até o mais básico. Ninguém pode manifestar-se! Até quando mais a comunidade internacional vai tolerar que gente medíocre - alguma classe política, e militar faça refèm todo um povo? A históra endossará uma boa parte da responsabilidade à comunidade internacional.

Ajudem o povo da Guiné-Bissau!

No espaço de uma semana, e a pretexto de uma 'inventona', dez (10!) cidadãos guineenses foram assassinados, depois de torturas físicas; outros foram espancados e encontram-se entre a vida e a morte; outros ainda fugiram do país. Os jornalistas são chamado para conferências de imprensa e avisados sobre que perguntas não devem fazer. O clima é de medo e de terror!!!

Não abandonem o Povo guineense, agora, mais do que nunca. Tiveram todos os sinais de que uma insurreiçao era possível, ainda que desnecessária. Nada justifica o levantar das armas, é intolerável o disparo de armas pesadas (12 de abril) numa cidade com mais de quatrocentas mil pessoas. É criminoso, acima de tudo. Tiveram tudo para estancar a hemorragia e a orgia de violência. Sabem há muito que este é um país que nasceu, cresceu e vive sob laivos de militarismo.

Um país é o último, e único, refúgio seguro para o seu povo. É traumatizante ver mulheres e crianças a chorar; é triste ver homens e jovens a fugir de homens e jovens como eles. É desolador. Estou abatido, e, sobretudo cansado. Não tenho sequer forças para gritar.

Olho e registo tudo. Depois escrevo, na certeza de que alguém me vai ler e comungar dos mesmos sentimentos. O meu blogue, tem sido acessado diariamente por milhares de pessoas. Ficará para a estatística. Teria preferido uma visita por dia, a ter de suportar milhares de pares de olhos tristes e enevoados: estão a matar-nos, estão a destruir as famílias, a tornar as crianças violentas.

A Guiné-Bissau está cercada politicamente:

- Não é reconhecida e foi expulsa pela União Africana,
- Não é reconhecida: pela CPLP, pela União Europeia, pela ONU

O pior da Guiné-Bissau, meus caros...é o guineense!

Um abraço a todos,

António Aly Silva 

Fonte: e-mails enviados pela Drª Moema Augel e Dr. Amarino Queiróz em 2/11/12.