quinta-feira, 7 de julho de 2011

Abdulai Sila, Maria Celestina Fernandes e Zetho Cunha Gonçalves no Sesc V.Mariana-São Paulo


Sempre Um Papo discute a literatura infantil africana

O Sempre Um Papo realiza uma edição especial recebendo três importantes escritores africanos para lançarem seus livros e debate sobre a literatura infantil, a cultura, lendas e costumes daquele continente. O angolano Zetho Cunha Gonçalves apresenta seus livros “A Caçada Real” e “Brincando Não Tem Macaco Troglodita” ambos da Matrix Editora; o autor guineense Abdulai Sila, lança “A Última Tragédia”, da Pallas Editora, e Maria Celestina Fernandes, nascida em Lubango, com o livro “A Árvore dos Gingongos”. O evento ocorre no dia 27 de julho, quarta-feira, às 20h, no Sesc Vila Mariana (Rua Pelotas 141 - Vila Mariana). O debate será mediado pela professora Suzana Ventura. Entrada gratuita.

Zetho Cunha Gonçalves

”A Caçada Real” (Matrix Editora), de Zetho Cunha Gonçalves, conta a história de três personagens centrais. O Leão, que é rei da selva e está no poder há 70 anos. O Jumento, fiel conselheiro do rei, responsável pelas novas tecnologias da Comunicação no Palácio Real da Selva. E, por último, a Corça, de 21 anos de idade, vítima da caçada real. Apesar de se passar em uma floresta, a história mostra, em vários momentos, a habilidade do jumento com as novas tecnologias, como o computador e o celular. Além disso, no decorrer da história, o autor mostra que nem todos os súditos estão satisfeitos com o governo do rei que já dura sete décadas.

No livro “Brincando, Brincando Não Tem Macaco Troglodita” (Matrix Editora), Zetho Cunha Gonçalves apresenta de forma poética o fabuloso mundo dos bichos como o orangotango, o camaleão e a girafa. A obra conta com expressões típicas da Angola e ilustrações para apresentar as divertidas aventuras desses animais.

As ilustrações dos dois livros são feitas por Roberto Chichorro, que é natural de Moçambique e considerado um dos mais importantes artistas plásticos africanos de língua portuguesa. Trabalhou como ilustrador de publicidade e arquitetura e como decorador de pavilhões para feiras internacionais em Moçambique. As ilustrações são de Roberto Chichorro, que é natural de Moçambique e considerado um dos mais importantes artistas plásticos africanos de língua portuguesa. Trabalhou como ilustrador de publicidade e arquitetura e como decorador de pavilhões para feiras internacionais em Moçambique. Ao final do livro, há um glossário que explica o significado das palavras de origem africana.

Zetho Cunha Gonçalves nasceu na cidade do Huambo, em Angola, em 1 de julho de 1960. Publicou diversos livros de poesia e de literatura infantojuvenil. Colabora com jornais e revistas de Angola, Brasil, Moçambique, Portugal e Espanha, e tem participado de vários encontros literários, sobretudo em Portugal e no Brasil.

Abdulai Sila

Em “A Última Tragédia” (Pallas Editora), o escritor Abdulai Sila narra a história de uma adolescente africana que tem - segundo feiticeiro de sua aldeia natal - seu corpo habitado por um espírito mau. Cansada de ser discriminada em sua aldeia segue para a cidade a fim de trabalhar como criada na casa dos brancos. Lá, tem seu nome trocado e inicia-se um processo de assimilação: Ndani, aliás, Maria Daniela assume o novo nome e a nova personalidade, até ser estuprada pelo senhor e retornar ao interior. A tragédia de Ndani se relaciona à discriminação e aos males que a sociedade colonial ocasionou aos povos colonizados. De certa forma, ela é a imagem de seu país. Se, por um lado, a protagonista tem o corpo habitado por um mau espírito, que transforma sua vida numa sucessão de tragédias; por outro lado, toda a sociedade guineense tem seu território invadido por portugueses “maus” que desrespeitam a ordem preestabelecida pelas etnias, transformando o território de diferentes povos num único país. “A Última Tragédia” conta a história de alguém que sai de sua aldeia para escapar do próprio destino. Nesse romance, Abdulai Sila não perde o foco da independência de seus conterrâneos. Deseja que o drama de Ndani seja a derradeira tragédia a se abater sobre seu povo, ávido por liberdade e justiça.

Abdulai Sila é uma das mais destacadas vozes da literatura guineense contemporânea e iniciador de uma corrente ficcional original, sendo autor do que é considerado o primeiro romance guineense, “Eterna Paixão” (1994). É Co-Fundador e CEO da Eguitel Comunicações e também co-gestor de Sitec (Silá Technologies), uma empresa de informática que criou em 1987 e gerida em conjunto com o seu irmão. Sob a liderança de Silá, Eguitel e Sitec desempenha um papel pioneiro no desenvolvimento e difusão das Tecnologias da Informação e Comunicação na Guiné-Bissau, a fim de tornar estas tecnologias acessíveis e de baixo custo em todo o país. E da KU SI MON EDITORA, onde resgata as histórias da tradição oral do seu país.

Maria Celestina Fernandes

O livro “A Árvore dos Gingongos” (Histórias do Além Mar – Angola /DCL Difusão Cultural do Livro) se constitui de três histórias: As Intrigas de Jacó, cujo enredo se passa ainda no tempo da colonização; A Bola de Fogo, que, resumidamente, chora as dores da guerra, o mal que esta faz a uma criança; A Árvore dos Gingongos que, através de um mito e costumes africanos dos povos quimbundos, conta a história da família de um casal de gêmeos e discute a questão do egoísmo. Partindo de um mito, o dos gêmeos ancestrais da etnia dos quimbundos, e trazendo para o texto várias palavras de origem também quimbunda, a história mostra o cotidiano de uma família moradora de um musseque de Luanda. Entre os quimbundos, os gêmeos são considerados enviados da Kyàndà, a deusa angolana das águas do mar, e, por isso, são festejados por essa etnia. Segundo as crenças quimbundas, Kyàndà é um gênio da natureza, criada por Nzambi, o deus maior. A história que Maria Celestina conta é carregada das marcas da tradição oral quimbunda: o registro da fala do avô é cheio de palavras de origem bantu; há a descrição do cotidiano da uma família no musseque, suas crenças, sua conduta; há a alusão ao mito da Kyàndà e dos gêmeos. Maria Celestina leva seu leitor-criança a refletir sobre um comportamento egoísta: o dos gingongos que não querem repartir com ninguém as cobiçadas mangas. Porém, mais do que refletir sobre o egoísmo, a história traz ao conhecimento das crianças angolanas as raízes angolanas, as suas tradições, os seus costumes, as suas origens. E traz também às crianças de outras partes do mundo a possibilidade de conhecerem um pouco da história e da cultura de um país como Angola.

Maria Celestina Fernandes nasceu no Lubango, em setembro de 1945, e tem descendência quimbunda. Foi para Luanda com os pais ainda criança; nesta cidade cresceu e completou os estudos secundário e superior. Viveu, portanto, o final do tempo da colonização portuguesa em Angola. Presenciou toda a guerra contra os portugueses colonizadores, que teve início em 1961 e durou até a independência proclamada em 11 de novembro de 1975. Também vivenciou a guerra civil em seu país, que se estendeu até 2002. Maria Celestina cursou Assistência Social e é licenciada em Direito pela Universidade Agostinho Neto. Trabalha como consultora jurídica de instituições bancárias e é membro da União de Escritores Angolanos, sendo uma escritora principalmente dedicada à literatura para crianças.



Serviço:
Sempre um Papo com Bartolomeu Campos de Queirós
Dia 14 de julho de 2011, quinta-feira, às 20h

Local: SESC Vila Mariana (Rua Pelotas 141 - Vila Mariana) Tel.: (11) 5080-3000 / www.sescsp.org.br Auditório (131 lugares)

ESTACIONAMENTO: - Veículos, motos e bicicletas - Terça a sexta, das 7h às 21h30; Sábado, domingo, feriado, das 9h às 18h30 – Taxas: R$3,00 a primeira hora e R$ 1,00 por hora adicional (matriculados); R$6,00 a primeira hora e R$ 2,00 por hora adicional (não-matriculados)

Informações sobre outras programações ligue 0800 118220 ou consulte o site: www.sescsp.org.br

Informações para a imprensa:
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