quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Língua Geral: lançamentos e noite de autógrafos

A Editora Língua Geral fará na quarta-feira, 07/11/2007, às 19h30, uma noite de autógrafos na Livraria Travessa (Rua Visconde de Pirajá 572, Ipanema) com os escritores e os seguintes livros:
Ondjaki – Os da minha rua
Patrícia Reis – Morder-te o coração
Francisco José Viegas – À luz do Índico
Nelson Saúte – Rio dos Bons Sinais

Nelson Saúte – Moçambique e Ondjaki – Angola, participarão do III Encontro de Professores de Literaturas Africanas no dia 21/11, às 16h, na Fundação Biblioteca Nacional, ao lado dos escritores Jacques dos Santos – Angola e Fragata de Moraes – Angola.

As informações a seguir são do sítio da Livraria Travessa: http://www.travessa.com.br/wpgEventos.aspx?pcd=10002


OS DA MINHA RUA
Ondjaki
Editora: Língua Geral

RESENHA

Músicas, lugares e cheiros estimulam as lembranças do escritor angolano Ondjaki, no livro Os da minha rua, publicado pela editora Língua Geral. Neste livro Ondjaki passeia pela infância, vivida em Luanda nas décadas de 1980 e 1990. Os limites entre biografia e ficção são continuamente desafiados: basta observar o tom intimista a mesclar-se continuamente a uma perspectiva histórica. Dessa forma Ondjaki amplia os horizontes de sua literatura, conduzindo os leitores a cenas de caráter intimista que levam ao registro de uma época em Angola. Os da minha rua revela grande mobilidade não só pelo olhar intimista que se expande ao registro histórico: os 22 textos desta obra podem ser lidos como unidades autônomas, que valem por si mesmas (como se fossem contos), mas também podem ser lidos feito capítulos de um romance. Trata-se portanto de uma obra muito flexível, de intenso hibridismo, que se vale de outro tom, muito próximo ao da crônica. Este surge por meio do registro sobre o cotidiano, que vem a ser uma das marcas incontestáveis desse gênero. Com um discurso muito afeita à oralidade, o narrador lembra de amigos, família, festas na casa dos tios, paixões, professores cubanos, a parada de 1.º de Maio, a piscina de Coca-Cola e a novela brasileira Roque Santeiro. Com essas memórias entre o ficcional e o biográfico, Ondjaki nos leva à reflexão sobre nossas próprias particularidades, de nosso passado e de nossas lembranças sobre um período de descobertas e brincadeiras. “A vida às vezes é como um jogo brincado na rua: estamos no último minuto de uma brincadeira bem quente e não sabemos que a qualquer momento pode chegar um familiar a avisar que a brincadeira já acabou e está na hora de jantar. A vida afinal acontece muito de repente (...).”

ISBN: 9788560160235
ENCADERNAÇÃO: Brochura Formato: 13 x 18 168 págs.
ANO DA OBRA/COPYRIGHT: 2007
COLEÇÃO: PONTA-DE-LANÇA
ANO EDIÇÃO: 2007


MORDER-TE O CORAÇÃO
Patricia Reis
Editora: Língua Geral

RESENHA

Em "Morder-te o coração" há muitas tentativas para compreender o amor, o desejo, a fuga, o medo; tenta-se compreender sobretudo a procura do sexo com mais-valia de calor humano que nos protege e nos defende da solidão. Encontros e desencontros de sentimentos, de vontades e de decisões mapeiam o novo romance de Patrícia Reis, escritora portuguesa que tem mais de um romance lançado pela editora Língua Geral e que é, em Portugal, um dos maiores sucessos de público e crítica neste ano. "Morder-te o coração" traz as lembranças de um homem por um amor de verão; seus sonhos e desejos com uma mulher misteriosa, calada e que ele acreditou amar. O romance revela a desilusão deste homem após a fuga do seu amor, a busca por ela em todos os cantos do mundo (de uma ilha portuguesa a Veneza) e até mesmo em outra mulher, na nova vida que tenta levar na cidade fria de Estocolmo, onde seu único desejo é ter alguém para abraçar todos os dias. Através desta segunda personagem ele se envolve num triângulo amoroso, uma fuga da solidão, o sexo como instrumento de sobrevivência. Após ver o rosto da mulher amada na internet, ele foge e deixa para trás o abraço de todo dia, a amante, em busca do seu amor, na tentativa de refazer a vida, de ir atrás daquele que acreditava ser seu destino. "O amor visto por um homem em o poder e a dor das coisas maiores", aforma a autora Patrícia Reis. Histórias de sexo, amantes que se entrelaçam com lembranças da infância, da mulher misteriosa que recorda a perda da mãe, do alcoolismo do pai, as mentiras, a paixão epla fotografia e a tentativa de suicídio. Patrícia Reis apresenta uma narrativa que alterna histórias de cada personagem, histórias divididas que dialogam entre si.

ISBN: 9788560160129
ENCADERNAÇÃO: Brochura Formato: 13 x 18 162 págs.
ANO DA OBRA/COPYRIGHT: 2007
COLEÇÃO: PONTA-DE-LANÇA
ANO EDIÇÃO: 2007

À LUZ DO INDICO
Francisco Jose Viegas
Editora: Língua Geral

RESENHA

As lembranças da antiga cidade colonial de Lourenço Marques (atual Maputo, capital de Moçambique) num período anterior ao processo de independência, a busca de Miguel por Maria de Lurdes e a inquietude de um assassinato logo nas primeiras páginas caracterizam A luz do Índico, novo romance do escritor português Francisco José Viegas. Vinte e sete anos depois de ter saído de Moçambique, em 1973, Miguel retorna à cidade de Maputo, onde teve seu primeiro amor, Maria de Lurdes. Este retorno de Miguel à cidade de Maputo traz consigo a busca por esta mulher, que ele não vê há cerca de dois anos. Conseqüentemente encontra Pemba, Nampula, o lago Niassa, entre outras localidades de Moçambique. Revela-se então um país totalmente modificado e revirado pela guerra. Um território diferente do que a memória apresentava para Miguel. A narrativa romântica da busca por Maria de Lurdes é entremeada pelo estilo policial que se inicia nas primeiras páginas, com o assassinato de Gustavo Madane, ex-homem forte do regime marxista, que aparece morto nos arredores de Maputo. Durante a viagem, Miguel reencontra Domingos Assor, companheiro de infância e agora investigador policial, responsável pela investigação da morte de Madane. Domingos lhe serve como interlocutor na sua busca por Maria de Lurdes e a partir desse diálogo surge a imagem de uma intensa solidão, resultado de um país com um passado glorioso e um presente devastado.

ISBN: 9788560160204
ENCADERNAÇÃO: Brochura Formato: 13 x 18 273 págs.
ANO DA OBRA/COPYRIGHT: 2007
COLEÇÃO: PONTA-DE-LANÇA
ANO EDIÇÃO: 2007

RIO DOS BONS SINAIS
Nelson Saúte
Editora: Língua Geral

RESENHA

Depois de O homem que não podia olhar para trás, lançado pela Editora Língua Geral e que faz parte da coleção Mama África, voltada para o público infato-juvenil, o moçambicano Nelson Saúte apresenta agora uma literatura um tanto singular. Em Rio dos bons sinais, seu novo livro de contos, a morte permeia todas as histórias, e a realidade e a ficção caminham lado a lado. Eufrigino dos Ídolos, o homem que ia a todos os funerais com seu guarda-chuva amarelo, o enterro da bicicleta do popular deputado que tinha nove filhos, o ministro de Deus, a aldeia dos homens sem sombra, a vovó Mafaduco e a Menina dos Prazos são alguns dos curiosos, batalhadores e cativantes personagens que compõem os enterros, funerais e o luto que servem como cenário para a obra. “Este é um livro de ausências. Sem grandes gestos, grandes batalhas, grandes epopéias, sem grandiloqüências ou arroubos filosóficos. As grandes aventuras estão no quintal da nossa casa, raramente nos horizontes exóticos e são os nossos olhos gulosos buscando o infinito que nos levam para o vazio dos gestos históricos”, afirma o também moçambicano Ruy Guerra, na orelha do livro. Em Rio dos bons sinais, que integra a coleção Ponta-de-Lança, Nelson Saúte apresenta a relação com os mais velhos, a morte sob diversos ângulos, o que também revela as particularidades da cultura africana. No cenário da morte e do luto, Nelson revê os conceitos, a pobreza, o amor, a amizade, recorda a infância e mostra que a morte é um fato da vida e que pode nos ajudar a compreender o que somos.


ISBN: 9788560160198
ENCADERNAÇÃO: Brochura Formato: 13 x 18 140 págs.
ANO DA OBRA/COPYRIGHT: 2007
COLEÇÃO: PONTA-DE-LANÇA
ANO EDIÇÃO: 2007

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