Cantor-poeta é retratado com brilhantismo em filme
Texto publicado em http://www.cinemacafri.com/filme.jsp?id=1239
Para encerrar a maratona de filmes proporcionada pelo Festival do Rio, resolvi, como fã assumido do Joy Division e da poesia angustiante de Ian Curtis, rever Control (Controle – a história de Ian Curtis), primeiro filme de Anton Corbijn, famoso pelos clips de U2, Depeche Mode e outras bandas dos anos 1980. O longa-metragem é inspirado no livro Touching from a distance de sua esposa Deborah Curtis e procura retratar o ambiente inglês da década de 1970, daí a opção acertada do diretor pelo preto e branco.
O ator Sam Riley está impecável no papel de Ian Curtis, pois consegue captar o jeito arredio, isolado, triste e inquieto de um jovem em constante crise existencial. Reconhecemos os sons que faziam a cabeça do cantor-poeta como David Bowie, Iggy Pop e Lou Reed, ou seja, alguns dos principais nomes do que ficou conhecido como glam rock, Sex Pistols entre outras bandas. Vemos o início de seu relacionamento com Deborah Curtis, o precoce casamento, o bizarro emprego onde atende pessoas tão problemáticas quanto ele, o nascimento da filha, os momentos de inspiração para os poemas que seriam futuras músicas do Joy Division, o início da banda com o nome Warszawa, os shows, o contrato com a Factory, a amante linda e a crescente angústia com a aproximação do sucesso e a indecisão típica de uma mente conturbada.
Talvez os grandes momentos do filme estejam nas clássicas apresentações da banda e das performances de Ian Curtis sobre o palco, com sua dança única que inspirou vários vocalistas dos anos 1980, inclusive aqui no Brasil, basta lembrarmos de Renato Russo. Está lá o lendário ataque epilético de Curtis durante uma apresentação, problema que o deprimia, a conseqüente ovação da platéia e o estímulo do produtor Tony Wilson (personagem principal de 24 Hour Party People - A festa nunca termina, filme que também retrata Curtis e o Joy Division) que afirma sobre o caráter positivo que tal acontecimento terá para o grupo junto à mídia e público. Em contrapartida, um desesperado Ian declara o quanto é difícil para ele estar sobre o palco, o quanto se dá, o quanto se entrega. É a pressão da fama a encurralar o artista.
Ingenuidade e precipitação acompanharam a trajetória do sensível Ian em algumas passagens da sua conturbada e curta vida, que vão desde o pedido de casamento inesperado ao rompimento com a esposa, o posterior pedido para retomar a relação e a opção pelo suicídio após a frustrada tentativa de reconciliação às vésperas da primeira turnê pelos EUA, o que os levaria sem sombra de dúvidas ao estrelato.
Control vale como documento histórico de uma personalidade marcante e criativa, da banda que tinha tudo para dominar a década de 1980, fato que, de certa maneira, se concretizaria com o New Order, sendo este bem menos depressivo. Ian Curtis e Joy Division praticamente moldaram o espírito da época com uma sonoridade estridente e temas existenciais, como seriam comuns em The Cure, Echo & The Bunnymen, The Jesus & Mary Chain, The Mission e tantas outras bandas inglesas.
Control é uma bela homenagem ao descontrolado Ian Curtis.
Para encerrar a maratona de filmes proporcionada pelo Festival do Rio, resolvi, como fã assumido do Joy Division e da poesia angustiante de Ian Curtis, rever Control (Controle – a história de Ian Curtis), primeiro filme de Anton Corbijn, famoso pelos clips de U2, Depeche Mode e outras bandas dos anos 1980. O longa-metragem é inspirado no livro Touching from a distance de sua esposa Deborah Curtis e procura retratar o ambiente inglês da década de 1970, daí a opção acertada do diretor pelo preto e branco.
O ator Sam Riley está impecável no papel de Ian Curtis, pois consegue captar o jeito arredio, isolado, triste e inquieto de um jovem em constante crise existencial. Reconhecemos os sons que faziam a cabeça do cantor-poeta como David Bowie, Iggy Pop e Lou Reed, ou seja, alguns dos principais nomes do que ficou conhecido como glam rock, Sex Pistols entre outras bandas. Vemos o início de seu relacionamento com Deborah Curtis, o precoce casamento, o bizarro emprego onde atende pessoas tão problemáticas quanto ele, o nascimento da filha, os momentos de inspiração para os poemas que seriam futuras músicas do Joy Division, o início da banda com o nome Warszawa, os shows, o contrato com a Factory, a amante linda e a crescente angústia com a aproximação do sucesso e a indecisão típica de uma mente conturbada.
Talvez os grandes momentos do filme estejam nas clássicas apresentações da banda e das performances de Ian Curtis sobre o palco, com sua dança única que inspirou vários vocalistas dos anos 1980, inclusive aqui no Brasil, basta lembrarmos de Renato Russo. Está lá o lendário ataque epilético de Curtis durante uma apresentação, problema que o deprimia, a conseqüente ovação da platéia e o estímulo do produtor Tony Wilson (personagem principal de 24 Hour Party People - A festa nunca termina, filme que também retrata Curtis e o Joy Division) que afirma sobre o caráter positivo que tal acontecimento terá para o grupo junto à mídia e público. Em contrapartida, um desesperado Ian declara o quanto é difícil para ele estar sobre o palco, o quanto se dá, o quanto se entrega. É a pressão da fama a encurralar o artista.
Ingenuidade e precipitação acompanharam a trajetória do sensível Ian em algumas passagens da sua conturbada e curta vida, que vão desde o pedido de casamento inesperado ao rompimento com a esposa, o posterior pedido para retomar a relação e a opção pelo suicídio após a frustrada tentativa de reconciliação às vésperas da primeira turnê pelos EUA, o que os levaria sem sombra de dúvidas ao estrelato.
Control vale como documento histórico de uma personalidade marcante e criativa, da banda que tinha tudo para dominar a década de 1980, fato que, de certa maneira, se concretizaria com o New Order, sendo este bem menos depressivo. Ian Curtis e Joy Division praticamente moldaram o espírito da época com uma sonoridade estridente e temas existenciais, como seriam comuns em The Cure, Echo & The Bunnymen, The Jesus & Mary Chain, The Mission e tantas outras bandas inglesas.
Control é uma bela homenagem ao descontrolado Ian Curtis.
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